23 de mar 2025
A economia dos criadores no Brasil: liberdade ou uma nova forma de escravidão digital?
A economia dos criadores, que promete liberdade e sucesso, revela um cenário desafiador: apenas 4% conseguem viver exclusivamente da atividade.
Foto: Reprodução
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A chamada creator economy promete transformar talentos em negócios e rotinas em conteúdo, permitindo que indivíduos trabalhem de onde quiserem e sejam seus próprios chefes. No entanto, a realidade é mais complexa. Um relatório revela que existem cerca de 362 milhões de criadores de conteúdo globalmente, com aproximadamente 10 milhões no Brasil, mas apenas 4% conseguem viver exclusivamente dessa atividade. A maioria dos criadores enfrenta um mercado saturado, competindo por atenção e frequentemente trabalhando sem remuneração adequada.
O impacto econômico gerado por esses criadores é significativo, com US$ 29 bilhões nos Estados Unidos e US$ 368 bilhões globalmente, equivalente ao PIB de países como Hong Kong. Contudo, a maior parte dessa riqueza é retida pelas plataformas que intermediam a relação entre criadores e audiência. A ilusão de que ser um criador é um caminho garantido para a fama e fortuna é desmentida pelos dados, que mostram que a maioria dos criadores luta para monetizar seu trabalho.
A liberdade prometida pela creator economy é questionável, pois os criadores agora dependem dos algoritmos das plataformas, que são voláteis e imprevisíveis. Cerca de 63% dos criadores em tempo integral relatam burnout, resultado da pressão constante para produzir conteúdo. A relevância é medida a cada post, e a falta de produção pode levar à diminuição do engajamento, criando um ciclo vicioso de produção incessante.
Os criadores, independentemente de sua faixa etária ou contexto, precisam se tornar marcas de si mesmos, dominando habilidades como marketing pessoal e análise de dados. Essa dinâmica resulta em uma inversão de papéis, onde pessoas tentam se comportar como empresas e vice-versa. A creator economy, embora em crescimento, necessita de uma evolução que priorize o bem-estar dos criadores e a transparência nas relações com as plataformas.
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