Itaú processa ex-CFO e contador por R$ 6,6 milhões em pareceres contábeis não entregues

O Itaú Unibanco entrou com uma nova ação indenizatória contra seu ex-vice-presidente financeiro, Alexsandro Broedel, e o contador Eliseu Martins. O banco já havia solicitado a devolução de R$ 3,350 milhões que, segundo alegações, foram transferidos ilegalmente de Martins para Broedel. Agora, a instituição busca o ressarcimento de R$ 6,645 milhões por pareceres contábeis que não foram entregues. A petição do Itaú, acessada pelo Valor, afirma que 20 dos 40 pareceres contratados e pagos por Broedel enquanto era CFO do banco nunca foram emitidos.

O Itaú argumenta que Broedel cometeu abuso de poder ao não exigir a entrega dos pareceres, violando seus deveres de lealdade e diligência. Após investigações, o banco encontrou apenas 18 pareceres entregues e, após cobranças, Martins apresentou documentação de mais dois, totalizando 20. No entanto, Martins admitiu que quatro dos pareceres pagos não foram prestados e se comprometeu a devolver R$ 1,5 milhão, mas ainda não fez o pagamento.

Em relação aos outros 16 pareceres, Martins defende que os serviços contratados não eram pareceres contábeis, mas sim “serviços de consultoria toda especial”. O Itaú contesta essa afirmação, alegando que os documentos apresentados por Martins não comprovam a prestação dos serviços. O banco também identificou que alguns trabalhos assinados por Martins foram, na verdade, elaborados em conjunto com Broedel, evidenciando um esquema de benefícios mútuos que resultou em prejuízos significativos para a instituição.

Martins expressou estar estarrecido com a nova ação e negou qualquer conduta ilícita, afirmando que todos os serviços prestados foram solicitados e conhecidos pelo Itaú. Broedel, por sua vez, reiterou que os serviços eram de conhecimento do banco e estranhou a suspeita levantada após sua renúncia. O caso, que veio à tona em dezembro, envolve acusações de fraude contra ambos, resultando em três processos judiciais até o momento.