Descendentes de italianos enfrentam novas regras para cidadania; demanda despenca no Brasil

O governo italiano implementou novas regras que restringem a cidadania italiana a descendentes com antepassados até a segunda geração, ou seja, pais e avós. Essa mudança, que já está em vigor, resultou em uma queda de até 90% na demanda por serviços de assessoria no Brasil, onde muitas empresas se especializavam na obtenção de passaportes italianos.

Historicamente, o Brasil recebeu mais de 1 milhão de imigrantes italianos entre o final do século 19 e o início do século 20. O vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, anunciou as novas regras enquanto mostrava propagandas de empresas brasileiras que oferecem serviços de cidadania. A Terra Nostra, uma das maiores assessorias do setor, relatou uma perda significativa de clientes e afirmou que a situação afetará brasileiros que aguardam há anos por respostas dos consulados.

O aumento no número de pedidos de cidadania italiana foi atribuído à atuação dessas empresas, que cobravam entre R$ 17 mil e R$ 25 mil pelos serviços, incluindo taxas de documentos e honorários. O Parlamento italiano deve regulamentar as novas regras sem alterações, conforme anunciado no último dia 28.

As mudanças nas regras de cidadania refletem uma nova abordagem do governo italiano, que busca controlar o fluxo de pedidos. A situação atual evidencia o impacto direto nas empresas de assessoria e nas expectativas de muitos brasileiros que buscam a nacionalidade italiana.