Prada adquire Versace por US$ 1,38 bilhão e busca fortalecer sua posição no mercado de luxo

A Prada anunciou a aquisição da Versace por US$ 1,38 bilhão (R$ 8,08 bilhões), um movimento estratégico para consolidar sua posição como o maior grupo de moda da Itália. A transação, que deve ser finalizada no segundo semestre de 2023, marca um retorno da Versace à propriedade italiana, após a Capri Holdings, atual proprietária, ter adquirido a marca por US$ 1,83 bilhão em 2018. A compra é vista como uma oportunidade para revitalizar a marca, que enfrenta desafios financeiros.

A Capri Holdings, que também possui as marcas Jimmy Choo e Michael Kors, tem enfrentado dificuldades, com uma queda de 11% nas vendas da Versace e um prejuízo significativo. A empresa buscou vender a marca após um tribunal dos Estados Unidos bloquear uma fusão de US$ 8,5 bilhões com a Tapestry. O CEO da Capri, John Idol, estava em Milão para finalizar os detalhes da venda, que inclui um desconto de 13,7% em relação à oferta inicial.

A aquisição da Versace pela Prada é considerada um passo importante em um mercado dominado por grupos franceses como LVMH e Kering. A consultoria Bain estima que a Itália representa entre 50% e 55% da produção global de bens de luxo, mas carece de um conglomerado do tamanho de seus concorrentes. A compra também ocorre em um momento de mudança na liderança da Prada, com Andrea Guerra assumindo como CEO em 2023.

A negociação entre Prada e Capri se estendeu por mais de um mês, com divergências sobre o futuro da diretora criativa Donatella Versace, que deixou a função após quase 30 anos. A aquisição representa uma tentativa da Prada de se expandir e competir mais efetivamente no setor de luxo, enquanto a Capri busca se reestruturar após um período de dificuldades financeiras.