Tarifas de Trump elevam preços de roupas básicas e afetam consumidores de baixa renda

Guerras comerciais de Trump elevam preços de roupas nos EUA

As tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre importações, especialmente de vestuário, devem resultar em aumentos significativos nos preços de roupas básicas nos Estados Unidos. A China, principal fornecedora de roupas para o país, é a mais afetada pelas novas taxas.

O setor de vestuário é desproporcionalmente impactado pelas tarifas, que incluem um imposto mínimo de 10% sobre todos os países e uma taxa de 145% sobre importações chinesas. 98% das roupas vendidas nos EUA são importadas, sendo que 22% desse mercado é abastecido pela China.

De acordo com especialistas em política comercial e economistas, os maiores aumentos de preços serão observados em itens essenciais, como camisetas de 5 dólares, pacotes de seis pares de meias por 10 dólares e tênis de 25 dólares. “Itens básicos como camisetas de algodão, roupas íntimas e meias terão aumentos mais rápidos, pois os consumidores continuarão a comprá-los mesmo com o aumento dos preços”, afirma Sheng Lu, professor da Universidade de Delaware.

Aumento de 65% nos preços de roupas e 87% em calçados

Os Estados Unidos dependem fortemente de países como China, Vietnã e Bangladesh para a produção de roupas de baixo custo. Uma análise do Yale Budget Lab aponta que os consumidores podem esperar pagar 65% a mais por roupas e 87% a mais por calçados no próximo ano. No longo prazo, os preços de roupas permanecerão 25% mais altos e os de calçados, 29% mais altos.

As tarifas de Trump elevarão os preços de roupas básicas da China mais do que os de produtos de luxo, devido às menores margens de lucro dos itens mais baratos, explica Edward Gresser, do Progressive Policy Institute.

Impacto desigual nos consumidores

Os aumentos de preços afetarão de forma desproporcional os consumidores de baixa renda, que gastam uma parcela maior de sua renda com vestuário. Um relatório da Trade Partnership Worldwide mostra que as famílias de menor renda nos EUA gastam mais de três vezes sua renda com roupas em comparação com as famílias mais ricas.

O fim da isenção de impostos para remessas abaixo de 800 dólares, que beneficia empresas de comércio eletrônico chinesas como Shein e Temu, também prejudicará desproporcionalmente as famílias de baixa renda. 48% dos pacotes entregues sob esse limite são enviados para os códigos postais mais pobres, em comparação com 22% para os mais ricos.