27 de abr 2025
Armínio Fraga alerta sobre desafios fiscais e necessidade de reformas no Brasil
Armínio Fraga destaca a urgência de reformas fiscais no Brasil, alertando para os altos juros de longo prazo e a necessidade de investimentos em diversas áreas.
"Muitas reformas foram aprovadas, atacando vários problemas, mas, ao mesmo tempo, volta e meia a gente retrocede (Foto: Taba Benedicto/Estadão)"
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O economista Armínio Fraga expressou preocupação com a situação econômica do Brasil, destacando a alta dos juros de longo prazo e a necessidade urgente de reformas fiscais. Em entrevista, Fraga comparou a trajetória econômica do país a um jogo de tabuleiro, onde, apesar de avanços, há retrocessos significativos.
Fraga apontou que a alta dos juros não é apenas uma questão cíclica, mas reflete um problema fiscal mais profundo. Ele enfatizou que o Brasil precisa enfrentar o fim do bônus demográfico, que facilitou o investimento no passado. O economista destacou a importância de aumentar a produtividade por meio de investimentos em educação, saúde, segurança, tecnologia e inovação.
O ex-presidente do Banco Central criticou a estrutura atual do orçamento, onde 80% dos gastos são direcionados à Previdência e folhas de pagamento. Ele alertou que a dívida pública cresce de forma exponencial, enquanto as prioridades de gastos não são adequadamente revistas. Fraga também mencionou que o arcabouço fiscal atual é insuficiente e que o Banco Central precisa de apoio fiscal para controlar a inflação.
Fraga sugeriu que o Brasil deve discutir a possibilidade de uma revisão do salário mínimo, propondo um período sem aumento real, mas sem redução, para evitar impactos negativos em tempos de crise. Ele também defendeu a necessidade de cortar gastos tributários, que aumentaram de 2% para 7% do PIB desde 2002.
O economista concluiu que o Brasil enfrenta um ciclo vicioso de altos juros e déficit primário, o que pode levar a uma crise financeira. Ele ressaltou que não existem atalhos para o desenvolvimento e que o país deve aprender com os erros do passado para avançar de forma sustentável.
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