Investidores retiram bilhões de fundos ESG em meio a pressão política e econômica

Investidores retiraram US$ 6,1 bilhões de fundos ESG (ambientais, sociais e de governança) no primeiro trimestre de 2025, marcando o décimo trimestre consecutivo de saídas. O relatório da Morningstar aponta que essa tendência é impulsionada por uma crescente resistência política e pela agenda climática da administração Trump.

A retirada de recursos ocorreu em meio a um "retrocesso" contra iniciativas ESG, intensificado desde o retorno de Trump à presidência. No final de março, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, liderada por republicanos, deixou de defender uma regra de divulgação sobre mudanças climáticas. Além disso, dezoito estados governados por republicanos aprovaram legislações anti-ESG.

Antes da volta de Trump, altas taxas de juros já afetavam o desempenho de setores como energia limpa. O aumento nos custos de empréstimos impacta negativamente projetos que exigem grandes investimentos. Trump, logo após assumir, anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e bloqueou subsídios para veículos elétricos.

Apesar da pressão política, a demanda por investimentos ESG permanece. Cerca de 84% dos investidores individuais nos Estados Unidos demonstram interesse em investimentos sustentáveis, conforme pesquisa da Morgan Stanley de 2024. Analistas afirmam que empresas que adotam práticas ESG tendem a ser mais resilientes e, portanto, mais bem-sucedidas no longo prazo.