03 de mai 2025
Belo Monte enfrenta desafios socioambientais e mudanças climáticas após uma década de operação
Belo Monte enfrenta críticas e desafios climáticos, mas investe R$ 8 bilhões em mitigação e se torna essencial para o sistema elétrico nacional.
Vista da casa de força principal da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará; nos períodos de pico, a usina chega a responder por 12% da oferta de energia para o sistema nacional. (Foto: Reprodução)
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A usina hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Pará, continua a ser um projeto polêmico, enfrentando críticas de ambientalistas e desafios socioambientais. A Norte Energia, responsável pela operação, já investiu R$ 8 bilhões em mitigações socioambientais, superando o valor inicialmente previsto. O investimento inclui melhorias em infraestrutura e saúde na região.
Desde a ativação das primeiras turbinas, há quase dez anos, a usina tem sido fundamental para a estabilidade do sistema elétrico nacional, chegando a fornecer 12% da energia do país em períodos de pico. No entanto, a empresa enfrenta novos desafios, como os impactos das mudanças climáticas na geração de energia. O presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Pinto, destaca que o projeto tem características únicas devido à sua localização na Amazônia, onde as prioridades do empreendedor e do Estado podem divergir.
Mitigações Socioambientais
Para operar, Belo Monte implementou o mais extenso plano de mitigação já aplicado em um projeto desse tipo, com 78 obrigações, algumas permanentes e outras temporárias. Entre as ações, a Norte Energia construiu um aterro sanitário, ampliou o abastecimento de água e instalou um sistema de saneamento em Altamira, beneficiando mais de 19 mil imóveis. A empresa também investiu em saúde, com a construção de três hospitais e 32 unidades básicas.
Além disso, a usina criou bairros com infraestrutura para realocar cerca de 20 mil pessoas afetadas. A transição, embora inicialmente difícil, foi considerada positiva por muitos moradores. A Norte Energia também se comprometeu a preservar a floresta, plantando 2,3 milhões de mudas de espécies nativas.
Desafios e Futuro
Belo Monte, que já foi a maior fornecedora de energia entre as hidrelétricas, enfrenta agora a concorrência de Itaipu e Tucuruí. A usina opera como uma usina a fio d'água, dependendo do fluxo do rio Xingu. O superintendente de Operações, Sandro Deivis dos Santos, afirma que a usina é essencial para o abastecimento energético do Brasil.
Entretanto, especialistas alertam que as mudanças climáticas podem comprometer essa dinâmica. O cientista Carlos Nobre ressalta que as secas recentes na Amazônia estão alinhadas com previsões de longo prazo, indicando que a oferta de energia pode ser afetada. A Norte Energia continua a monitorar os impactos e a implementar ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas na região.
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