Militares se destacam no mercado privado com aumento de contratações e oportunidades

O aumento da demanda por ex-militares no setor privado tem se intensificado, com empresas como Amazon e Oesía liderando o recrutamento. Essa tendência ocorre em um contexto onde o governo espanhol planeja aumentar os salários e a efetividade das Forças Armadas, que já conta com mais de 116 mil efetivos.

O coronel aposentado José Pardo de Santayana destaca que as Forças Armadas podem ter até 140 mil membros, mas as vagas não estão sendo preenchidas. A reserva militar, atualmente com cerca de 13 mil integrantes, também precisa ser ampliada. Gonzalo Sánchez Urbón, general aposentado e presidente do Círculo Ave Fénix, afirma que o interesse por contratar militares está crescendo. Nos últimos três anos, a associação ajudou a colocar entre 40 e 50 ex-militares no mercado.

Tradicionalmente, o setor de Defesa tem sido o principal empregador de ex-militares, mas empresas de outros setores também estão se interessando. A Amazon, por exemplo, possui um programa específico que já recrutou 45 mil veteranos globalmente, incluindo na Espanha. A empresa valoriza habilidades como liderança e inovação, empregando ex-militares em diversas áreas.

A Oesía, considerada a empresa espanhola com mais ex-militares após a Amazon, conta com cerca de 20 profissionais. Esses ex-militares ocupam desde funções administrativas até direções estratégicas. Outras empresas, como Mapfre e Telefónica, também estão buscando esses profissionais, que trazem experiência e capacidade de adaptação.

A diferença salarial entre o setor militar e o privado é significativa. Um cabo militar ganha entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00, enquanto no setor privado pode receber até R$ 2.000,00. O governo espanhol anunciou um aumento no orçamento de Defesa, o que pode impactar ainda mais essa dinâmica.

Os militares podem compatibilizar suas funções com empregos no setor privado, desde que respeitem algumas condições. Eles devem solicitar a compatibilidade ao Ministério da Defesa e não podem trabalhar em empresas relacionadas ao seu serviço militar nos últimos dois anos. Essa flexibilidade é vista como uma oportunidade para muitos que buscam continuar ativos no mercado de trabalho.