Chinesas BYD e GWM investem pesado no Brasil e desafiam mercado de elétricos em 2024

A BYD anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões na construção de uma nova fábrica em Camaçari, na Bahia, com capacidade para produzir 150 mil veículos elétricos por ano. O projeto visa transformar a região em um polo de inovação tecnológica e sustentabilidade, semelhante a um "Vale do Silício brasileiro". O modelo de entrada, o Dolphin Mini, será o primeiro a ser fabricado, com lançamento previsto para 2025.

O vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, destacou que o Brasil é o principal foco de investimento da empresa fora da China. A montadora já possui 165 concessionárias em operação e planeja aumentar esse número para 272 até o final de 2025, ampliando o acesso à mobilidade elétrica no país. Em 2024, a BYD emplacou 76 mil veículos no Brasil.

Crescimento do Setor Elétrico

As fabricantes chinesas dominam o mercado global de veículos elétricos, representando 76% das vendas em 2024, com a BYD liderando as vendas mundiais. Nos Estados Unidos, a resistência a esses veículos é alta devido a tarifas de 100% sobre os elétricos chineses. No entanto, a BYD já opera na Califórnia com ônibus isentos dessa taxa.

O empresário Sandro Souza Chiuvetto, proprietário de um BYD Seal, elogiou a eficiência do pós-venda da montadora, que inclui garantia de oito anos e revisão gratuita por três anos. A empresa também ampliou seu centro de autopeças em Cariacica, no Espírito Santo, aumentando o estoque de peças em 94%.

Novas Iniciativas da GWM

A GWM também está expandindo suas operações no Brasil, com a inauguração de uma fábrica em Iracemápolis, São Paulo, para produzir o SUV Haval H6. O investimento total da GWM no Brasil pode chegar a R$ 10 bilhões até 2032. A empresa já vendeu 5.767 unidades do H6 em 2025 e está trabalhando para reduzir a dependência de importações de peças da China.

Thierry Alvarez, gerente de Inteligência de Mercado na HM Engenharia, afirmou que seu próximo carro será híbrido, destacando a economia significativa em combustível. A GWM planeja acelerar o pós-venda assim que a nova fábrica entrar em operação, com programas de capacitação para fornecedores e desenvolvimento de produtos.