Economia

Jovens empreendedores questionam sistema educacional e defendem trabalho precoce nas redes sociais

Jovens influenciadores desafiam o sistema educacional, mas especialistas alertam sobre os riscos do coaching mirim e suas consequências legais.

Jovens veem nas redes o caminho para autonomia, mas há riscos (Foto: Editoria de Arte)

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O adolescente, que começou a trabalhar como designer gráfico aos doze anos, critica o sistema educacional tradicional e defende o trabalho precoce. Ele é sócio de uma empresa que se apresenta como a “primeira escola de marketing digital e negócios feita para jovens”. Para ele, o ensino médio é importante, mas o superior deve ser encarado de forma estratégica. “O diploma não paga conta, e o mercado está se sofisticando”, afirma.

Especialistas, no entanto, alertam sobre os riscos do coaching mirim. A psicóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Julice Salvagni, destaca que a responsabilidade imposta a jovens nas redes sociais pode comprometer seu desenvolvimento. “A infância deve ser um momento de brincar e aprender com leveza”, defende.

O fenômeno do coaching mirim tem ganhado força, especialmente entre jovens de periferias que buscam alternativas ao tráfico. A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado observa que esse discurso promove um valor “hiperindividualista e conservador”, descreditando o papel do Estado e do emprego formal.

Recentemente, o caso de um jovem que pregava em igrejas evangélicas gerou polêmica. O Conselho Tutelar proibiu suas atividades, alegando que a Constituição proíbe o trabalho de crianças e adolescentes com menos de dezesseis anos, salvo aprendizado. A professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) Direito, Elisa Cruz, ressalta que “os responsáveis devem preservar o direito das crianças ao desenvolvimento saudável”.

Alejandro Ferreira, por sua vez, contesta a idade mínima para o trabalho, argumentando que a geração atual pode ter responsabilidades antes dos dezesseis anos. “Trabalhar não traz dano à saúde”, afirma. Especialistas apontam que os algoritmos das redes sociais ajudam a disseminar esses discursos, impactando crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento.

As empresas de Ferreira faturaram R$ 550 mil em 2024, com projeção de crescimento para R$ 800 mil a R$ 1 milhão neste ano. Ele acredita que as críticas que recebe são baseadas em mal-entendidos sobre suas ideias. “O empreendedorismo digital é um complemento de habilidades, não uma escolha que invalida outras”, conclui.

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