12 de mai 2025
União recorre ao STF para reverter decisão sobre tributação de stock options
PGFN tenta reverter decisão do STJ sobre tributação de stock options, que pode impactar arrecadação de mais de R$ 1 bilhão.
A tendência no Supremo é de que o pleito da União seja negado (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tenta convencer o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a reavaliar a tributação dos planos de stock option. A União deseja que o Supremo julgue o caso com repercussão geral, após decisão desfavorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No ano passado, o STJ determinou que os planos de opção de compra de ações têm caráter comercial e não remuneratório. Esse entendimento implica que o Imposto de Renda (IR) deve ser cobrado apenas no momento da venda das ações, e não na aquisição. A decisão estabelece que o imposto incide como ganho de capital, com alíquota de 15%.
A PGFN argumenta que os planos devem ser considerados como remuneração, o que alteraria a alíquota do IR para até 27,5%, conforme a tabela progressiva. Para a Fazenda, o stock option é uma vantagem ao trabalhador, que pode obter ganhos ao vender as ações no futuro.
A tendência no STF é de que o pedido da União seja negado. Em 2023, a Corte já decidiu que a natureza jurídica do stock option é infraconstitucional, cabendo ao STJ a palavra final. Recentemente, a Segunda Turma também rejeitou um recurso da União sobre o tema.
A Fazenda informou que existem mais de quinhentos processos relacionados à tributação dos planos de stock option. Estima-se que esses litígios possam envolver mais de R$ 1 bilhão. O tema foi incluído no anexo de riscos fiscais do Projeto de Lei Orçamentária (PLDO) de 2026, enviado ao Congresso em março.
A derrota da União no STJ pode impactar tentativas de acordo, a menos que o STF reanalise a questão. A previsão de arrecadação com as teses em discussão é de R$ 30 bilhões.
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