Brasil busca fortalecer diálogo com EUA em meio a desafios tarifários e comerciais

O Summit Brazil-USA ocorreu em Nova York, reunindo autoridades e empresários para discutir a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos. O evento, promovido pelo Valor Econômico, abordou temas como comércio, investimentos e tecnologia, em meio à nova política tarifária do presidente Donald Trump.

O CEO da Amcham, Abrão Neto, destacou a importância de um diálogo contínuo para reduzir tarifas e barreiras não tarifárias. Ele enfatizou que o Brasil deve intensificar negociações para não perder competitividade, especialmente em setores como tecnologia e infraestrutura digital. O comércio bilateral entre os dois países alcançou US$ 80 bilhões em 2024, com resiliência em setores como aeronaves e carne bovina.

Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia, afirmou que o Brasil está em uma posição favorável, apesar das tarifas de Trump. Ele ressaltou que o país possui ativos importantes, como recursos ambientais e minerais, que podem ser vantajosos em um mundo multipolar. No entanto, Garman alertou para a necessidade de ajustes fiscais internos para atrair mais investimentos.

O enviado especial do governo Trump, Maurício Claver-Carone, mencionou que o Brasil enfrenta desafios como câmbio, corrupção e crime, que dificultam a atração de investimentos. Ele afirmou que as tarifas aplicadas ao Brasil são as mínimas, com uma alíquota de 10%, e que há espaço para negociação de barreiras não tarifárias.

O evento também contou com a presença de líderes empresariais e políticos, que discutiram as oportunidades de negócios e a importância de uma agenda bilateral mais ampla. A expectativa é que o Brasil utilize sua posição estratégica para fortalecer laços comerciais, especialmente em um cenário global de incertezas econômicas.