14 de mai 2025
Crescimento de family offices enfrenta desafios na contratação de gestores de patrimônio
Family offices enfrentam escassez de gestores e priorizam confiança na contratação, enquanto o setor deve crescer para $5,4 trilhões até 2030.
Vm | E+ | Getty Images (Foto: Reprodução)
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Os family offices estão em crescimento, com oito mil e trinta unidades gerenciando US$ 3,1 trilhões em ativos globalmente. A previsão é que esse número chegue a dez mil setecentos e vinte até 2030, totalizando US$ 5,4 trilhões. No entanto, esses escritórios enfrentam um desafio significativo: a escassez de gestores de dinheiro.
De acordo com a McKinsey, a indústria pode enfrentar uma falta de cem mil consultores até 2034. Um relatório da RBC e da Campden Wealth revelou que muitos family offices consideram a contratação um grande desafio, com dificuldades em recrutar e reter talentos. Essa situação é observada tanto na América do Norte quanto na Europa.
Desafios na Contratação
Family offices em centros de riqueza em crescimento, como Cingapura, estão adotando a automação e a terceirização devido à escassez de talentos. Além disso, esses escritórios competem com bancos e fundos de private equity por profissionais qualificados. A seletividade dos family offices também contribui para a dificuldade na contratação. A confiança é um critério fundamental na escolha de candidatos, muitas vezes superando a qualificação técnica.
Tobias Prestel, diretor da Prestel and Partner Family Office Conferences, destacou que a relação de confiança é crucial: "Por que o chefe deu o dinheiro ao contador? Porque eles têm uma relação de longa data." Essa ênfase na confiança pode, em alguns casos, prejudicar a escolha do candidato mais qualificado.
Salários e Expectativas
Os family offices estão dispostos a pagar um prêmio de confiança, com salários que podem chegar a US$ 190 mil anuais para assistentes executivos. Um relatório da Campden Wealth e do HSBC mostrou que family offices europeus estão aumentando pacotes de compensação para atrair e reter talentos, oferecendo bônus e oportunidades de co-investimento.
Entretanto, jovens profissionais hesitam em trabalhar nesses escritórios devido à falta de estrutura corporativa clara e à percepção de que são "empregos de aposentadoria". A informalidade e a falta de clareza nas linhas de reporte e progressão de carreira tornam esses empregos menos atraentes. A rotatividade em funções de investimento é alta, variando de um a dois anos.
A dinâmica de trabalho em um family office exige um equilíbrio delicado. Reto Jauch, parceiro da SZ&J, explica que é necessário manter o ego sob controle, mas também ter confiança para expressar opiniões. Essa complexidade pode ser um fator decisivo para profissionais que buscam estabilidade em suas carreiras.
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