Distribuidoras de medicamentos adotam blindagem e inteligência artificial para segurança

Distribuidoras de medicamentos estão intensificando a segurança no transporte devido ao aumento de roubos de carga no Brasil. Em 2024, metade das transportadoras do setor elevou os investimentos em segurança em até 20%, enquanto o valor de produtos farmacêuticos roubados atingiu R$ 283 milhões. Apesar de representarem apenas 2% das cargas furtadas, os medicamentos são alvos frequentes devido ao seu alto valor.

De acordo com um relatório da Abradimex, foram registrados 18.038 roubos de carga no ano passado, um aumento de 5,4% em relação a 2023. Os medicamentos mais visados incluem tratamentos oncológicos e de doenças raras, com valores que podem variar de R$ 10 mil a R$ 30 mil por caixa. O Keytruda, um imunoterápico, é um dos produtos mais cobiçados, com uma única caixa custando cerca de R$ 25 mil.

Medidas de Segurança

Para combater essa onda de crimes, as empresas estão adotando medidas rigorosas. A Andreani, por exemplo, utiliza caminhões com múltiplos níveis de blindagem e escolta armada. Djalma Campos, diretor de operações logísticas da empresa, destaca que o transporte seguro de medicamentos exige veículos com laterais blindadas e proteção adicional contra invasões.

A Prosegur Cash, especializada em logística de alto valor, mantém 100% da frota blindada e conta com equipes armadas a bordo. Sérgio França, diretor comercial da Prosegur, afirma que a segurança é reforçada com rastreadores e câmeras de monitoramento, além de tecnologias de inteligência artificial para otimizar rotas.

Cenário de Roubos

Os dados da Abradimex indicam que Rio de Janeiro e São Paulo concentram 70% dos roubos de medicamentos no Brasil. A Avenida Brasil, no Rio, é um dos locais mais críticos, com 14,3% dos casos registrados. A análise revela que os roubos ocorrem principalmente às quartas e terças-feiras, durante o dia.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro reportou uma diminuição nos roubos após a Operação Torniquete, que visa combater esse tipo de crime. Em São Paulo, ações intensificadas das polícias Civil e Militar também têm contribuído para a redução dos índices de criminalidade, embora dados específicos sobre medicamentos não estejam disponíveis.