04 de jul 2025

Ozempic e similares aumentam vendas, mas afetam margens no varejo
Medicamentos GLP 1, como Ozempic e Wegovy, devem continuar a impulsionar vendas em 2025, mesmo com cortes de preços e pressão nas margens.

Produção de canetas de injeção Ozempic. (Foto: Carsten Snejbjerg/Bloomberg)
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A XP Investimentos prevê que os medicamentos da classe GLP-1, como Ozempic e Wegovy, continuarão a ser um motor de crescimento nas vendas de farmácias em 2025. A corretora destaca que o lançamento de novos produtos, como Wegovy em agosto de 2024 e Mounjaro em junho, está impulsionando as vendas no primeiro semestre deste ano.
A demanda por medicamentos GLP-1 aumentou significativamente, com um crescimento de 15,5% nas vendas diárias em comparação ao período anterior ao anúncio das novas regulamentações da Anvisa. A exigência de retenção de receitas médicas, que entrou em vigor em 23 de junho, fez com que muitos consumidores estocassem os medicamentos, antecipando a nova regra.
Impacto nas Vendas e Margens
A XP estima que os GLP-1 podem adicionar entre 0,85 e 2 pontos percentuais ao crescimento das vendas nas mesmas lojas (SSS) no trimestre. Contudo, cortes de preços em Wegovy e Ozempic podem reduzir esse ganho em 20 a 25 pontos-base, resultando em um impacto líquido entre 0,6 e 1,8 p.p. no SSS. Apesar do aumento nas vendas, as margens brutas devem ser pressionadas, pois os medicamentos de prescrição já apresentam as menores margens entre as categorias de farmácias.
Além disso, a XP alerta para um possível aumento nos furtos devido à nova exigência de retenção de receitas, o que pode adicionar riscos às margens. A corretora também observa que, mesmo com a pressão nas margens, o impacto no Ebitda pode ser neutro, devido ao alto valor dos produtos e à alavancagem operacional.
Futuro dos Medicamentos GLP-1
A análise da XP indica que o tema dos medicamentos GLP-1 continuará central no setor em 2025 e 2026. A perda de patente do Ozempic no Brasil, prevista para julho de 2026, deve facilitar a entrada de genéricos, melhorando o acesso e aliviando os gargalos de oferta. Novas moléculas, como o CagriSema da Novo Nordisk, com aprovação esperada para o primeiro trimestre de 2026, e a retatrutida da Eli Lilly, estão em desenvolvimento, prometendo expandir ainda mais as opções de tratamento.
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