Economia

A demanda por mecânicos de aeronaves cresce na América Latina após a pandemia

Setor aéreo enfrenta escassez de mecânicos na América Latina, com previsão de 43,6 mil novas contratações até 2043.

Com setenta vagas, a Latam abriu, em 2025, sua primeira turma para formar mecânicos (Foto: Divulgação/Latam)

Com setenta vagas, a Latam abriu, em 2025, sua primeira turma para formar mecânicos (Foto: Divulgação/Latam)

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O setor aéreo da América Latina enfrenta uma escassez de mecânicos de aeronaves em meio à recuperação pós-pandemia. A Airbus estima que serão necessários 1,6 mil novos profissionais até 2025, enquanto a Boeing projeta 42 mil até 2043. O aumento na demanda por viagens e a rotatividade de pessoal são os principais fatores dessa necessidade.

A Airbus destaca que muitos profissionais afastados durante a pandemia não retornaram ao setor. A empresa prevê que o mercado de serviços de aeronaves comerciais na região quase dobre entre 2024 e 2043, com uma taxa de crescimento anual de 3,6%. O crescimento da classe média, que deve representar dois terços da população latino-americana em 2043, impulsionará o número de viagens per capita de 0,48 em 2023 para 0,94 em 2043.

A Boeing também aponta que dois terços dos novos mecânicos serão necessários para substituir profissionais que se aposentam ou mudam de setor. O vice-presidente de soluções de treinamento comercial da Boeing, Chris Broom, afirma que a demanda por novos profissionais da aviação continua a aumentar devido ao crescimento do tráfego aéreo.

Formação de Profissionais

Companhias aéreas, como a Latam, estão criando escolas de formação para suprir essa demanda. A Latam prevê a necessidade de mil novos mecânicos até 2029, representando 40% do total atual na empresa. O diretor de manutenção da Latam Brasil, Alexandre Peronti, ressalta que 300 vagas serão abertas em 2025 para atender ao crescimento da companhia.

A Latam iniciou uma escola de formação em janeiro, com 70 vagas para funcionários de outras áreas. A empresa também estuda abrir a formação ao público externo. Para otimizar o tempo dos mecânicos, a companhia implementou bolsões de equipamentos em pontos estratégicos do aeroporto de Guarulhos.

Desafios do Setor

O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Rodrigo Maciel, observa que mecânicos estão migrando para indústrias que oferecem salários mais altos e menos responsabilidades. Atualmente, o piso salarial em Guarulhos é de R$ 2.656,41, mas profissionais qualificados têm conseguido remunerações 40% superiores em outros setores.

A Azul também enfrenta desafios na formação de novos mecânicos. O vice-presidente técnico da companhia, André Gonçalves da Cruz, aponta que a falta de incentivo à formação de profissionais é um problema que se agrava desde a pandemia. A Gol, por sua vez, tem 70 vagas abertas para mecânicos, representando 4,7% do quadro atual.

A Airbus alerta que, além do aumento na demanda, haverá uma mudança no perfil profissional. Nos próximos 20 anos, as competências manuais devem ser substituídas por habilidades digitais, exigindo que os mecânicos operem tecnologias avançadas e analisem grandes volumes de dados.

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