20 de mai 2025
Caminhões enfrentam adulteração de diesel em até 24% em estados brasileiros em 2024
Caminhões enfrentam adulteração de até 24% no diesel em 2024, com crime organizado infiltrado em 941 postos em 22 estados.
Caminhões estacionados em um posto de combustível em São Paulo (Foto: Mathilde Missioneiro - 27.nov.2020/Folhapress)
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Em 2024, até 24% do diesel utilizado em caminhões em alguns estados brasileiros foi adulterado. Essa prática, que se tornou comum no setor de combustíveis, gera impactos econômicos, ambientais e na segurança dos veículos. Investigações revelam a infiltração do crime organizado em 941 postos de combustíveis em 22 estados.
O levantamento, realizado pelo Instituto Combustíveis Legal (ICL), baseou-se em dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os estados com os maiores índices de adulteração do diesel incluem Alagoas (24%), Mato Grosso do Sul (18%) e Amapá (15%). No caso da gasolina, Alagoas também lidera, com 12% de adulteração.
A adulteração afeta um volume estimado de 5,42 bilhões de litros de combustível, impactando cerca de 72,1 mil abastecimentos. Apesar disso, o índice de conformidade no mercado nacional alcançou 98,1% em 2024, superando os 97,4% de 2023. A prática de adulteração geralmente envolve a adição ou remoção de componentes para manipular o preço final do produto.
Caminhões e veículos de passeio enfrentam danos e perda de eficiência devido a essa prática. O diretor do ICL, Carlo Faccio, destacou que a adulteração ocorre em várias etapas da cadeia de combustíveis, atraindo o crime organizado. As investigações indicam que facções como PCC, Comando Vermelho e Família do Norte dominam parte dos postos.
O Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo Ministério da Justiça, está avaliando medidas para aumentar a transparência no setor. Entre as propostas, está o cruzamento de dados sobre a entrada e saída de combustíveis nos postos. O secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, mencionou que diversas propostas normativas estão em discussão para coibir a adulteração.
Estudos indicam que o crime organizado lucra mais com combustíveis do que com cocaína, gerando R$ 61,5 bilhões em receita. A Operação Boyle, do Ministério Público de São Paulo, revelou a atuação de grupos ligados ao PCC na adulteração de combustíveis, incluindo a criação de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
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