25 de mai 2025
Argentina enfrenta caos no registro de veículos com placas de papel após austeridade de Milei
Cerca de 655 mil veículos na Argentina circulam com placas de papel temporárias, agravando a crise do setor automotivo sob austeridade de Milei.
Placas de papel são coladas no para-brisa ou mantidas no lugar com tampas de plástico, em vez de placas de alumínio prensado parafusadas no para-choque. (Foto: Reprodução)
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A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, acentuada pela política de austeridade do presidente Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023. Mais de 655.000 veículos estão registrados com placas de papel temporárias, resultado da redução do tamanho do estado e da terceirização da produção de placas.
A concessionária de Mariela Mailhe, localizada em Puerto Madero, destaca que os carros vendidos, mesmo com acabamentos luxuosos, saem com placas de papel. A concessionária enfrenta limitações, recebendo apenas 50 placas temporárias por mês. O problema, que começou na administração anterior, se agravou com as medidas de Milei, que cortou quase 40% da equipe da Casa da Moeda.
As placas de papel, coladas no para-brisa, têm gerado dificuldades práticas. Motoristas enfrentam problemas ao viajar para o exterior, pois essas placas não são válidas internacionalmente. Além disso, elas não são reconhecidas por leitores automáticos de pedágio, causando atrasos e complicações nas estradas.
Problemas na Produção
O custo de produção de placas de metal aumentou para cerca de US$ 19. A Casa da Moeda, que já enfrentava reclamações sobre a qualidade das placas, agora terceiriza a produção. O governo contratou a Tonnjes Sudamericana SA para fabricar mais de 300.000 placas de alumínio, mas a demanda crescente por veículos, impulsionada pela recuperação econômica, intensifica os problemas.
O setor automotivo argentino registrou um aumento significativo nas vendas, com 54.001 veículos novos registrados em abril, um crescimento de quase 64% em relação ao ano anterior. A liberalização do comércio e o aumento do crédito bancário contribuíram para essa recuperação, mas a produção de placas não acompanha a demanda.
Mudanças no Sistema
Além das placas, os certificados de propriedade de veículos foram substituídos por folhas de papel com códigos QR. O governo também decidiu reduzir o custo de impressão de cédulas, contratando uma empresa chinesa para importar 1 bilhão de cédulas de 20.000 pesos. A Casa da Moeda, que já teve sua equipe reduzida para 881 funcionários, pode ser privatizada, mas está atualmente fora da lista de empresas que podem ser vendidas.
A situação atual reflete as dificuldades enfrentadas pelo governo Milei em equilibrar a austeridade com as necessidades do setor automotivo. Os motoristas, por sua vez, têm um "passe livre" para infrações de trânsito, devido à ineficácia das placas temporárias na fiscalização.
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