Electrolux planeja expansão no Brasil, mas teme impacto do câmbio e juros altos

A Electrolux, multinacional sueca de eletrodomésticos, anunciou um investimento de R$ 600 milhões em uma nova fábrica em São José dos Pinhais, Paraná. O projeto visa aumentar a participação da empresa no mercado brasileiro, especialmente em eletrodomésticos portáteis, onde a participação atual é de apenas 7% a 8%.

Yannick Fierling, que assumiu como CEO global em 1º de janeiro de 2025, enfrenta desafios econômicos e tarifários, especialmente devido à depreciação do real e aos altos juros. Em entrevista, Fierling destacou que o crescimento de 24% nas vendas globais no quarto trimestre de 2024 foi impulsionado pelo mercado latino-americano, que representa 25% do total de vendas da empresa.

A nova fábrica, que será a sétima da Electrolux no Brasil, deve ser inaugurada em 2026, quando a empresa celebra 100 anos de presença no país. A expectativa é que a unidade gere cerca de 2.000 empregos. Fierling ressaltou que, apesar das tarifas impostas pelo governo dos EUA, a produção local minimiza o impacto.

Desafios e Oportunidades

O CEO da Electrolux para a América Latina, Leandro Jasiocha, mencionou que o varejo brasileiro é altamente afetado pelos custos financeiros relacionados às taxas de juros. Isso limita o potencial de marketing e vendas das empresas do setor. A nova planta será construída com foco em sustentabilidade, utilizando materiais ecológicos e tecnologia de zero emissões de carbono.

Fierling também comentou sobre a necessidade de ajustar preços devido à inflação e à variação cambial. A empresa já alterou seus preços em resposta a esses fatores, mas o processo ainda está em andamento. A Electrolux busca entender o quanto os consumidores estão dispostos a pagar por produtos sustentáveis, um tema que se torna cada vez mais relevante no cenário atual.

A Electrolux, que faturou R$ 80 bilhões em 2024, continua a se adaptar às mudanças do mercado, focando em inovações e na eficiência operacional para manter sua competitividade.