Economia

Carrefour Brasil deixa Bolsa após oito anos e compra ações restantes da matriz francesa

Carrefour Brasil encerra sua trajetória na B3 após prejuízo de R$ 375 milhões e crise de fornecimento de carnes, refletindo desafios operacionais.

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O Carrefour Brasil encerrou sua trajetória na Bolsa de Valores brasileira na sexta-feira, 30, após oito anos repletos de desafios operacionais e uma queda superior a 40% em seu valor de mercado. A decisão foi tomada pela matriz francesa, que já possuía 70% das ações e agora adquiriu a totalidade com o intuito de simplificar a operação e acelerar decisões estratégicas.

A estreia do Carrefour na B3, em 2017, foi marcada por uma oferta pública inicial (IPO) de R$ 5,125 bilhões, o maior desde 2013. A empresa tinha planos ambiciosos de digitalização e expansão, especialmente com o Atacadão, seu braço de atacarejo. Contudo, o desempenho das ações começou a deteriorar-se, culminando em um valor de mercado de R$ 17,8 bilhões e uma cotação de R$ 8,45 no fechamento anterior à saída da Bolsa.

Desafios e Prejuízos

A queda das ações foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo a aquisição do Grupo BIG (ex-Walmart Brasil) em 2021, que se mostrou complexa e custosa. A integração das 129 lojas do grupo enfrentou dificuldades, resultando em um prejuízo de R$ 375 milhões no primeiro trimestre de 2023, o primeiro desde o IPO. A margem Ebitda caiu de 4,4% para 2,1%, refletindo a pressão sobre a rentabilidade.

Além disso, a empresa enfrentou uma crise de fornecimento de carnes após o presidente global do Carrefour, Alexandre Bompard, decidir não comprar produtos do Mercosul, alegando não conformidade com normas sanitárias. Essa decisão levou a um boicote por parte de frigoríficos brasileiros, exigindo até a intervenção do embaixador da França no Brasil.

Reações e Futuro

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, avaliou que a crise afetou mais a imagem do agronegócio brasileiro do que as relações comerciais. Após a pressão, Bompard enviou uma carta ao ministro Carlos Fávaro, afirmando que a carne brasileira atende às normas exigidas pela França. A situação continua a gerar incertezas sobre o futuro da operação do Carrefour no Brasil.

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