Gigantes do café da China planejam expansão nos Estados Unidos

Luckin Coffee, a maior cadeia de café da China, planeja abrir uma filial em Manhattan, Nova York, enquanto a concorrente Cotti Coffee já estabeleceu lojas na cidade. Ambas as empresas buscam expandir internacionalmente, oferecendo preços competitivos e sabores inovadores.

Após superar um escândalo contábil que resultou em sua deslistagem em 2020, Luckin Coffee se recuperou com inovações e preços baixos. A empresa, que já possui mais de duas vezes o número de lojas da Starbucks na China, lançou produtos como um latte com infusão de álcool, que vendeu mais de 5,4 milhões de copos em seu primeiro dia em 2023.

A estratégia de Luckin inclui a utilização de tecnologia para facilitar pedidos e entregas através do WeChat, um aplicativo amplamente utilizado na China. A empresa também opera grandes instalações de torrefação e processamento de grãos de café, o que ajuda a reduzir custos. Em 2024, Luckin lançou 119 novos itens, demonstrando sua ambição de diversificação.

Concorrência e Desafios

Cotti Coffee, fundada por ex-executivos da Luckin, também está se expandindo rapidamente, com lojas em locais como Dubai e Califórnia. A entrada de ambas as marcas em Nova York representa um teste significativo, já que a cidade é um mercado saturado e competitivo. Analistas apontam que, embora Luckin e Cotti possam oferecer preços mais baixos que a Starbucks nos EUA, a diferença será menor do que na China.

A pressão para manter preços baixos pode ser desafiadora, especialmente com os altos custos operacionais de Nova York. A consultora Allison Malmsten destaca que tarifas sobre empresas chinesas podem aumentar ainda mais os custos. A percepção dos consumidores americanos, especialmente da geração Z, pode ser favorável, já que muitos veem os produtos chineses de forma diferente das gerações anteriores.

A expansão de Luckin e Cotti em Nova York pode atrair consumidores em busca de opções mais acessíveis em um cenário de aumento de preços. No entanto, a necessidade de volume para manter margens de lucro pode exigir que as marcas se tornem parte da rotina diária dos clientes, e não apenas uma experiência ocasional.