CEO da Icatu Seguros alerta sobre riscos de novos tributos sem debate adequado

O CEO da Icatu Seguros, Luciano Soares, destacou que a proposta de tributação de IOF sobre planos VGBL, que foi derrubada pelo Congresso, causou distorções no setor de previdência. Apesar do cenário desafiador, a empresa registrou um crescimento de 5% nas contribuições para seus planos no primeiro trimestre de 2025, enquanto o mercado enfrentava uma queda geral.

Para manter esse crescimento, a Icatu está investindo em parcerias e produtos personalizados, como o microsseguro, que inclui benefícios como cesta básica, e planos de previdência voltados para o público jovem. Soares enfatizou que a incidência de novos tributos sem o devido debate pode gerar insegurança jurídica e impactar negativamente os aportes em previdência.

O executivo também mencionou que, antes da proposta de IOF, dados da Fenaprevi já indicavam uma queda nos aportes no início de 2025, após um desempenho forte em 2024. Ele questionou se essa redução se deve a resgates por pequenos empresários ou migrações para produtos isentos de Imposto de Renda.

Foco nas Classes Mais Baixas

A Icatu busca ampliar seu alcance, especialmente entre as classes mais baixas, através de parcerias com fintechs e com o Banco do Nordeste. Soares afirmou que o maior desafio é sensibilizar e acessar esse público, que pode se beneficiar de produtos acessíveis, como o microsseguro, que custa menos de R$ 4 por mês.

Embora a penetração de seguros no Brasil seja baixa, com apenas 17% da população possuindo seguro de vida, a Icatu vê uma oportunidade de crescimento. A personalização dos produtos é uma tendência, com ofertas que variam desde auxílio funeral até coberturas de vida, visando atender diferentes necessidades financeiras.

Desafios da Geração Z

A média de idade da carteira de previdência da Icatu é de 41 anos, com uma parcela significativa de clientes jovens. Soares reconheceu que a Geração Z enfrenta desafios únicos, sendo mais ansiosa e focada em decisões imediatas. No entanto, ele acredita que o exemplo de planejamento financeiro de gerações anteriores pode influenciar positivamente essa nova geração a considerar a previdência como uma opção viável.