30 de jun 2025

Startup usa 700 engenheiros indianos para simular IA e aumentar vendas fraudulentas
Builder.ai entra em insolvência após fraudes contábeis e uso de engenheiros para codificação manual, levantando investigações nos EUA.

Homem indiano usando computador (Foto: Freepik)
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A Builder.ai, startup britânica fundada em 2015, entrou em insolvência após ser revelado que utilizava 700 engenheiros na Índia para codificação manual, disfarçando essa prática como automação. A empresa, que captou mais de US$ 445 milhões de investidores, incluindo a Microsoft, prometia uma plataforma de desenvolvimento de aplicativos automatizada.
A operação da Builder.ai envolvia uma assistente virtual chamada Natasha, que supostamente montava aplicativos de forma intuitiva. No entanto, as solicitações dos clientes eram repassadas para uma equipe na Índia, que realizava o trabalho manualmente. Essa prática foi exposta por denúncias e análises de especialistas, além de documentos internos vazados.
Além da falsa automação, a empresa se envolveu em um esquema contábil conhecido como “round-tripping” com a startup indiana VerSe Innovation. Entre 2021 e 2024, as duas empresas trocaram faturas de valores similares, inflando suas receitas em até 300% para atrair investidores. A credora Viola Credit congelou US$ 37 milhões da Builder.ai após a empresa não honrar dívidas, levando ao processo formal de insolvência no Reino Unido.
As autoridades americanas iniciaram investigações e emitiram intimações para que a Builder.ai apresente documentos financeiros detalhados. A empresa reconheceu inconsistências nas vendas históricas, mas não especificou a magnitude das irregularidades. O caso da Builder.ai reflete uma tendência crescente de empresas que prometem automação total, mas dependem fortemente de trabalho manual remoto, enfrentando limitações operacionais e financeiras.
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