Lula lança novo Plano Safra voltado para empresas após priorizar agricultura familiar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (1º), o Plano Safra Empresarial para 2025 e 2026, em uma cerimônia no Palácio do Planalto. O programa, que visa atender médios e grandes produtores, ocorre em um contexto de resistência do setor à gestão petista.

O novo plano destina R$ 516,2 bilhões ao agro, um aumento de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou preocupações sobre a alta taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, que dificulta a implementação do plano. Ele questionou a lógica dessa taxa em um cenário de inflação controlada e renda crescente.

Na véspera, Lula havia anunciado o Plano Safra da Agricultura Familiar, que prevê R$ 89 bilhões para crédito rural e assistência técnica. Deste total, R$ 78,2 bilhões serão destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), superando os R$ 76 bilhões do ciclo anterior. O governo também ampliou o limite de crédito para a compra de máquinas e equipamentos de pequeno porte.

Críticas e Tensão Política

A cerimônia do lançamento do plano empresarial teve baixa presença de parlamentares, especialmente da cúpula da Frente Parlamentar da Agricultura, que se opõe ao governo desde o início do terceiro mandato de Lula. A ausência gerou tensão política, com a bancada do agro reclamando da falta de convites.

O novo plano inclui operações de custeio, comercialização e investimento, com foco em práticas sustentáveis. Entre as novidades, está a ampliação do Funcafé e a possibilidade de renegociação de dívidas para produtores que enfrentaram dificuldades em safras passadas. Além disso, produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a juros reduzidos.

O governo prorrogou um desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural até 30 de junho de 2026. Essa medida beneficiará tanto os produtores do Pronamp quanto aqueles que investirem em atividades sustentáveis, conforme os limites estabelecidos por cada instituição financeira.