Vacância em galpões logísticos atinge recorde de 7,2% no segundo trimestre de 2025

O mercado de condomínios logísticos de alto padrão no Brasil alcançou uma taxa de vacância de 7,2% no segundo trimestre de 2025, o menor índice desde 2016. Os dados, divulgados pela Colliers, mostram que o país possui um inventário total de 28,8 milhões de m², com um crescimento de 3% em relação ao trimestre anterior e 8% nos últimos doze meses.

Entre abril e junho, foram entregues 443,7 mil m² de novas áreas, concentradas principalmente em Bahia, Mato Grosso, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, há 4,3 milhões de m² em desenvolvimento, evidenciando a alta demanda por espaços logísticos de qualidade. Ricardo Betancourt, CEO da Colliers, destaca que a escassez de empreendimentos de alto padrão é um reflexo da transformação nas operações logísticas, impulsionadas pelo e-commerce.

Demanda e Preços

A taxa de vacância caiu quase três pontos percentuais nos últimos doze meses, indicando uma absorção consistente de novos estoques. A média do preço do metro quadrado no país é de R$ 30/m², com São Paulo liderando a lista com R$ 33/m². A valorização dos imóveis é atribuída à baixa disponibilidade em mercados-chave e ao alto custo de construção.

Betancourt explica que a pressão nos valores de locação é resultado de fatores como a pouca oferta, o alto custo de construção e a escassez de terrenos próximos aos grandes centros urbanos. Essa situação deve continuar nos próximos meses, com um movimento crescente de empresas buscando galpões AAA, que oferecem maior eficiência e localização estratégica.

Impacto nos Fundos Imobiliários

Os fundos imobiliários logísticos têm se beneficiado desse cenário, com a valorização dos galpões aumentando o valor patrimonial dos fundos e gerando fluxos de renda estáveis. Recentemente, operações bilionárias foram registradas, como a venda do portfólio de galpões da RBR Asset para a XP Asset, que pode alcançar R$ 1,15 bilhão. Essa transação marca uma reestruturação estratégica da RBR, focando em ativos em áreas centrais.