03 de jul 2025

Oi busca renegociar dívidas com credores para facilitar recuperação financeira
Oi propõe aditivo ao plano de recuperação judicial, buscando suspender obrigações e flexibilizar pagamentos a credores por 180 dias.

Foto: Reprodução
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A Oi, que aprovou um plano de recuperação judicial em abril de 2024, enfrenta dificuldades para cumprir os compromissos assumidos e propôs um aditivo ao plano. A empresa busca flexibilizar os pagamentos a credores trabalhistas e fornecedores devido a um déficit de R$ 2 bilhões e atrasos na venda de ativos.
Na noite de terça-feira, 1º, a Oi protocolou o aditivo, que inclui um pedido de tutela de urgência para suspender, por 180 dias, as obrigações do plano original enquanto busca a aprovação das alterações. O presidente da Oi, Marcelo Milliet, destacou que a necessidade de ajustes surgiu após uma análise do que foi cumprido e do que ainda falta. Milliet assumiu a presidência em dezembro de 2024, após a aprovação do plano.
Um dos principais problemas financeiros da Oi está relacionado à venda da operação de banda larga, a Oi Fibra, que foi adquirida pela V.tal. O valor esperado de R$ 7,3 bilhões não se concretizou, resultando em uma venda de R$ 5,4 bilhões com abatimento de dívidas, sem entrada de dinheiro no caixa. A demora no encerramento da concessão de telefonia fixa também impactou negativamente a situação financeira da empresa.
Propostas de Pagamento
Para os credores trabalhistas, a Oi propõe que dívidas de até R$ 9 mil sejam pagas em até 180 dias. As dívidas até 150 salários mínimos (aproximadamente R$ 225 mil) serão quitadas em até três anos, enquanto valores superiores a esse montante serão alongados até 2038. Milliet enfatizou a importância de tratar os credores de menor condição social de forma diferenciada.
O aditivo também inclui a liberação de depósitos judiciais, com metade dos recursos destinados a credores trabalhistas e a outra metade para capital de giro. Para fornecedores, a Oi alterou a proposta de pagamento, que agora prevê que valores até R$ 600 milhões fiquem com a empresa, enquanto o excedente será destinado aos credores.
A Oi possui cerca de 7 mil imóveis avaliados em R$ 5 bilhões, que serão vendidos em lotes. O primeiro lote, avaliado em R$ 200 milhões, deve ser lançado até o início de 2026. As vendas poderão ser realizadas em dinheiro ou por permuta de terrenos.
Próximos Passos
As mudanças propostas no plano não afetam os credores financeiros, que serão pagos com a venda de ativos, como ações da V.tal. A Oi agora precisa convocar uma assembleia em até 120 dias para que os credores afetados votem sobre as alterações. Milliet reconheceu que as mudanças podem causar surpresas, mas ressaltou que ajustes são necessários em um processo de recuperação. Ele espera que o lucro operacional (Ebitda) retorne ao positivo no próximo ano, após um primeiro trimestre com Ebitda negativo de R$ 445 milhões.
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