06 de jul 2025

Petroleiras diminuem investimentos diante da estagnação dos preços do barril
Petroleiras reavaliam investimentos com preços baixos de petróleo e aumento da oferta pela Opep+, enquanto Petrobras prioriza eficiência em projetos.

Navio-plataforma P-71, instalado no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km da costa do Rio de Janeiro (Foto: Márcia Foletto)
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As principais petroleiras enfrentam um cenário de preços baixos do petróleo, com a cotação variando entre US$ 60 e US$ 70. Esse contexto levou a uma reavaliação de investimentos, especialmente em novas reservas e campos de produção. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê uma queda de 6% nos investimentos em desenvolvimento de produção global até 2025, totalizando US$ 420 bilhões.
Recentemente, a Opep+ decidiu aumentar a oferta de petróleo em 548 mil barris por dia, superando as expectativas do mercado. A Petrobras, por sua vez, está focando em projetos de menor risco e maior eficiência, priorizando áreas com alto potencial, como o pré-sal e novas bacias. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou a necessidade de “disciplina de capital” e a importância de concentrar esforços em projetos que gerem valor para os acionistas.
A situação é complexa, pois, apesar dos conflitos no Oriente Médio, os preços do petróleo não têm se sustentado. A política econômica dos EUA, voltada para a redução dos preços dos combustíveis, e a desaceleração econômica global contribuem para essa estabilidade. As petroleiras estão reavaliando seus portfólios, o que inclui a venda de campos com incertezas na extração de óleo e gás.
Foco em Eficiência e Redução de Custos
A Petrobras está adotando medidas para reduzir despesas e renegociar contratos, além de desenvolver modelos de licitação que promovam maior eficiência. No último leilão da ANP, a estatal adquiriu áreas na Foz do Amazonas e em Pelotas, em parceria com outras empresas. A busca por investimentos em áreas de alta produtividade, como o pré-sal da Bacia de Santos, é uma prioridade.
Consultorias indicam que a produção global de petróleo deve aumentar em 5,1 milhões de barris por dia até 2030, enquanto a demanda deve crescer apenas 2,5 milhões de barris por dia. Esse descompasso entre oferta e demanda pode manter os preços baixos no curto e médio prazos. Especialistas afirmam que as petroleiras estão se tornando mais seletivas, priorizando campos mais lucrativos e adiando projetos de maior risco.
A Exxon e a Equinor, por exemplo, estão ajustando suas estratégias de investimento, vendendo ativos menos rentáveis para focar em áreas mais promissoras. A Petrobras também está ampliando sua atuação em biocombustíveis e petroquímica, com um aporte de R$ 33 bilhões no Comperj, visando aumentar a produção de combustíveis de menor emissão de carbono.
As petroleiras estão, portanto, em um momento de adaptação, buscando eficiência operacional e controle de custos, enquanto se preparam para um futuro incerto no setor.
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