10 de jul 2025
Varejistas enfrentam impacto das tarifas de Trump com Farm e Havaianas na mira
Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gera apreensão no varejo, mas impacto nas vendas é considerado limitado por analistas.

Foto: Reprodução
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Empresas brasileiras do varejo estão sob maior vigilância após a imposição de uma nova tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira, 9. A medida gerou apreensão entre investidores, embora o impacto direto nas vendas seja considerado limitado.
De acordo com análises do Bradesco BBI, XP Investimentos e JPMorgan, o efeito da tarifa sobre o consumo discricionário deve ser pequeno. Apenas duas empresas do setor apresentam exposição significativa ao mercado americano. A Azzas 2154 (AZZA3), que controla marcas como Farm e Reserva, tem 7% de suas vendas direcionadas aos Estados Unidos, mas a maior parte de sua produção ocorre em países como China e Turquia. Assim, apenas 3% das vendas totais estão em risco, concentradas na linha de calçados femininos.
Análise das Empresas
A Alpargatas (ALPA4), conhecida pelas Havaianas, também possui 4% de suas vendas ligadas ao mercado americano. A operação da Rothy’s, sua subsidiária nos EUA, é totalmente baseada na China, sem produção no Brasil. Apesar da baixa exposição, o Bradesco BBI alerta que a percepção de risco pode impactar o desempenho das ações de empresas com operações internacionais.
A XP Investimentos complementa que a operação da Alpargatas nos EUA já vinha pressionando a rentabilidade, levando a empresa a buscar maior eficiência na distribuição. Para a Azzas 2154, cerca de 10% das receitas vêm dos Estados Unidos, sendo que 8% estão relacionadas à Farm Global, cuja produção ocorre fora do Brasil. Assim, o risco direto se limita a 1% a 2% das vendas.
Expectativas do Mercado
O JPMorgan também confirma que tanto Azzas quanto Alpargatas têm cerca de 10% de suas receitas vinculadas ao mercado americano, mas considera que os efeitos da nova tarifa devem ser mitigados, dado que suas estruturas produtivas não dependem fortemente do Brasil. Mesmo com essa exposição reduzida, analistas alertam que ações de empresas com atuação internacional podem enfrentar volatilidade devido ao aumento da percepção de risco geopolítico e comercial.
Investidores devem ficar atentos ao comportamento do câmbio e à possibilidade de novas tarifas que possam afetar diferentes setores.
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