26 de abr 2025
Vignerons enfrentam desafios com burocracia e queda nas vendas de vinho na França
Viticultores franceses enfrentam crise com queda no consumo e pressão da grande distribuição. Protestos resultam em plano governamental com 3 mil propostas.
Foto: Reprodução
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A viticultura na França enfrenta desafios significativos, como a queda no consumo de vinho e a pressão da grande distribuição, que impactam os preços e a rentabilidade dos produtores. Recentemente, viticultores protestaram contra a assinatura dos acordos do Mercosur e a burocracia excessiva, resultando em um plano governamental com três mil propostas.
Essas propostas, apresentadas em janeiro de 2024 pelo então primeiro-ministro Gabriel Attal, visam simplificar a vida dos agricultores, incluindo medidas para melhorar a sustentabilidade financeira das propriedades e facilitar a entrada de jovens no setor. Apesar do anúncio, os efeitos ainda são aguardados pelos viticultores, que enfrentam uma queda de quase três por cento no consumo de vinho em 2024 e uma redução de sete por cento nas vendas de vinhos em vrac.
A produção também está em declínio, com a colheita de 2024 abaixo da média dos últimos anos. A exportação não traz perspectivas animadoras devido a incertezas geopolíticas e possíveis taxas americanas. Os custos de produção, embora estabilizados, continuam a pressionar os produtores, que se queixam de que algumas redes de distribuição vendem vinhos Bordeaux a preços de Coca-Cola.
Burocracia e Descontentamento
Os viticultores relatam que a burocracia é um fardo pesado, com exigências administrativas que consomem tempo e recursos. A declaração de colheita, por exemplo, possui quatorze páginas e exige informações detalhadas. Além disso, a gestão de documentos como a declaração de estoque de álcool e o registro de práticas agrícolas se torna um desafio diário.
A insatisfação é evidente entre os produtores, que sentem que a administração pública não facilita o trabalho no campo. A falta de comunicação entre diferentes órgãos governamentais agrava a situação, tornando o processo de obtenção de subsídios e licenças ainda mais complicado.
Mobilização e Futuro
A mobilização dos viticultores reflete um descontentamento crescente com a situação do setor. Durante as eleições para as câmaras de Agricultura, sindicatos como a Coordenação Rural e a Confederação Camponesa mostraram um aumento no apoio, indicando uma necessidade urgente de mudança. As reivindicações incluem melhores condições de remuneração e a inclusão da viticultura como setor estratégico para a economia francesa.
Os viticultores esperam que as promessas do governo se concretizem, mas a realidade do dia a dia continua a ser marcada por desafios administrativos e financeiros. A luta por uma viticultura mais sustentável e rentável permanece no centro das atenções, enquanto os produtores aguardam ações efetivas que possam aliviar suas dificuldades.
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