08 de jan 2025
Kunstverein Hamburg condena vandalismo político em instalação sobre Palestina
O Kunstverein em Hamburgo condenou vandalismo em instalação de Phoebe Collings James. A obra, que menciona a Palestina, foi alvo de ataque político em novembro. O incidente é investigado como crime de ódio, intensificando tensões artísticas. Artistas criticam censura e apoio à Palestina, citando repressão no setor. A instalação reflete colonialismo e a diáspora africana, evocando Aimé Césaire.
Detalhes da obra de Phoebe Collings-James, terra vermelha, terra de sangue, terra de irmão de sangue [chutar a terra] (2024), mostrando a seção que faz referência à Palestina antes e depois do vandalismo (Foto: Censorship at the Barbican via Instagram)
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O Kunstverein de Hamburgo manifestou sua "condenação inequívoca" em relação ao vandalismo de uma instalação da artista Phoebe Collings-James, que faz referência à Palestina. O incidente, ocorrido em novembro, é considerado um ato de "vandalismo politicamente motivado" e está sendo investigado como crime de ódio. A instalação, que integra a exposição In and Out of Place. Land after Information 1992–2024, foi danificada por um visitante que alterou uma parte onde a palavra "Palestina" estava presente, enquanto outros locais mencionados, como Congo, Sudão e Haiti, permaneceram intactos.
A obra, intitulada red earth, blood earth, blood brother earth [kick dirt] (2024), é uma criação específica para o espaço e dialoga com o legado do colonialismo, utilizando desenhos e escritos em argila no chão da galeria. Collings-James, artista e DJ baseada em Londres, aborda em seu trabalho temas relacionados ao colonialismo e à diáspora africana. Em sua postagem no Instagram, a artista expressou apoio à Palestina, utilizando as palavras "Libertação, autodeterminação, liberdade."
Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, tensões significativas têm surgido no cenário artístico alemão. O governo da Alemanha considera o apoio à segurança de Israel como uma "razão de estado", resultando no cancelamento de várias exposições devido a declarações de artistas ou curadores vistas como antissemitas. Em resposta, a campanha Strike Germany convocou trabalhadores culturais internacionais a se afastarem de instituições culturais alemãs, denunciando políticas que restringem a liberdade de expressão em relação à Palestina.
Artistas como Zoë Claire Miller e Adam Broomberg comentaram sobre o vandalismo. Miller descreveu o ato como "violência iconoclástica", enquanto Broomberg elogiou a seriedade com que o Kunstverein está tratando o caso. Ele destacou que, nos últimos dois anos e meio, houve um esforço para silenciar artistas e acadêmicos que demonstram solidariedade à causa palestina, citando que "mais de 200 artistas e jornalistas foram censurados ou demitidos". A artista Collings-James foi contatada pela The Art Newspaper para comentar sobre o incidente.
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