10 de jan 2025
A importância da limpeza nos museus: preservando arte e história para o futuro
A tradição japonesa de limpeza, oo souji, remonta ao período Heian (794 1185). O diretor Robert Leckie enfrenta dificuldades para garantir obras para exposições. A crise de financiamento das artes no Reino Unido afeta a operação de museus. Leckie destaca que conselhos locais estão falindo, impactando coleções. A falta de recursos compromete a preservação e o acesso a obras de arte.
Uma imagem do livro de Nicolas Krief, Musée (Foto: Nicolas Krief)
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A tradição japonesa de Oo-souji (大掃除), que significa "grande limpeza", remonta ao período Heian (794-1185) e marca a chegada do Ano Novo e do deus Toshigami. Durante essa prática, trabalhadores, proprietários de imóveis e frequentadores de templos realizam uma limpeza profunda em seus ambientes, incluindo a lavagem de janelas e a remoção de sujeira acumulada. O Museu Memorial Ota de Arte possui uma impressão ukiyo-e do século XIX, de Utagawa Yoshitsuya, que ilustra animais realizando essa limpeza, como guaxinins e ovelhas, em um ambiente de trabalho.
O fotógrafo Nicolas Krief documentou por treze anos os processos de movimentação de obras de arte em grandes instituições. Em seu livro "Musée", ele captura momentos como a Mona Lisa em uma sala vazia, cercada por segurança, e a movimentação de obras pesadas, como "Dante et Virgile", de Bouguereau. As imagens de Krief são tanto cômicas quanto tocantes, mostrando que as obras de arte, embora mágicas, são também objetos que precisam de cuidados, assim como os espaços que habitam.
Em 2019, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) lançou uma série no YouTube, "At the Museum", durante sua reforma de quatro meses. A série mostrava a remoção cuidadosa de obras-primas, como "Les Demoiselles d'Avignon". Conservadores realizavam inspeções detalhadas e limpezas meticulosas, utilizando ferramentas específicas para garantir a preservação das obras, que são suscetíveis a poeira e outros elementos.
A crise de financiamento das artes no Reino Unido levanta preocupações sobre o futuro das visitas a museus. Em março de 2024, Robert Leckie, diretor do Spike Island, enfrentou dificuldades para garantir obras para uma exposição importante devido à falta de recursos. A necessidade de registrar e avaliar obras de arte se tornou um desafio financeiro, refletindo a realidade de instituições que não conseguem manter suas coleções. Leckie destacou que essa situação é resultado da falência de conselhos locais, o que compromete a preservação e o acesso a obras que deveriam ser valorizadas por gerações.
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