19 de fev 2025
Derrick Adams explora a interseção entre história negra e presente em nova exposição
Derrick Adams apresenta "Situation Comedy" na Gagosian Gallery, Londres. Exposição explora a representação de figuras negras em momentos de lazer. Adams critica a rotulação de sua arte como "alegria negra", buscando complexidade. Obras refletem desigualdade no acesso ao descanso entre diferentes classes sociais. Exibição coincide com o Mês da História Negra nos EUA, gerando discussões relevantes.
(Foto: Reprodução)
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Derrick Adams, artista negro e estudante da Universidade Columbia, compartilhou sua experiência sobre como a política permeia sua arte. Em entrevista à CNN, ele afirmou: “O lado infeliz de ser uma pessoa negra é que tudo o que você faz é político”. Essa percepção, segundo ele, trouxe liberdade criativa, permitindo que sua obra na exposição “Situation Comedy”, em Londres, seja vista sob múltiplas perspectivas. As figuras vibrantes e lúdicas de suas obras, como a menina com cabelo afro feito de Tootsie Rolls, podem ser interpretadas de várias maneiras, mas Adams enfatiza que a interpretação é do espectador.
Nascido em Baltimore em 1970, Adams utiliza a pintura para expressar interesses pessoais, como bolsas Telfar e cerâmicas do século XIX. Ele observa que sua arte reflete momentos de lazer e descanso, frequentemente ausentes na vida de pessoas de cor, que enfrentam barreiras de acesso à natureza. “Em 2020, descobriu-se que pessoas de cor eram três vezes mais propensas a viver em áreas sem acesso à natureza”, ressaltou. Suas composições, que retratam figuras negras em cenas de descontração, são frequentemente rotuladas como representações de “alegria negra”, um termo que Adams considera limitante.
Adams se recusa a explicar suas obras, permitindo que o público faça suas próprias interpretações. Ele acredita que essa abordagem estimula a curiosidade e a pesquisa, transformando a galeria em um espaço de aprendizado. Em suas obras mais recentes, como “Sweetening the Pot” e “Fantastic Voyage”, ele homenageia potes de cerâmica feitos por escravizados, ressaltando a criatividade que sobreviveu à opressão. “O aspecto mais bem-sucedido da opressão é quando a cultura oprimida não consegue mais pensar criativamente”, afirmou.
A exposição de Adams ocorre durante o Mês da História Negra nos EUA, um fato que ele considera “empolgante”. Apesar das incertezas sobre o futuro do mês comemorativo, ele vê isso como uma oportunidade de reflexão e aprendizado. “Estamos aprendendo através da desconstrução das coisas”, concluiu Adams, destacando a importância de sua arte em tempos de mudança.
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