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Abdias Nascimento transforma o teatro brasileiro com o Teatro Experimental do Negro

Abdias Nascimento fundou o Teatro Experimental do Negro em 1944, promovendo inclusão. Em 2023, foi publicado "Submundo: Cadernos de um penitenciário", revelando suas experiências. O TEN quebrou estereótipos raciais, destacando artistas negros no teatro brasileiro. Nascimento influenciou o pan africanismo e foi figura central em movimentos sociais. Suas propostas de políticas reparatórias ecoam até hoje, refletindo sua luta antirracista.

Foto: Reprodução

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Em 8 de maio de 1945, o Brasil vivenciou um marco histórico no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com a estreia de "O imperador Jones", de Eugene O'Neill, protagonizada por Aguinaldo Camargo. Este evento marcou a fundação do Teatro Experimental do Negro (TEN), idealizado por Abdias Nascimento, que buscava romper com a tradição de papéis estereotipados para atores negros. Nascimento destacou que a peça simbolizava o fim da era em que o negro era visto apenas como "palhaço" nas artes cênicas brasileiras.

O TEN foi fundamental na formação de grandes nomes do teatro, como Ruth de Souza e Léa Garcia, e promoveu a inclusão de atores negros em papéis de destaque. Em 1949, durante a Festa Shakespeariana, Nascimento e Souza interpretaram Otelo e Desdêmona, desafiando a exclusão histórica dos negros no teatro. A professora Leda Maria Martins enfatiza a importância do TEN na modernização do teatro brasileiro, embora seu impacto ainda seja pouco reconhecido.

Com a falta de uma dramaturgia que refletisse a realidade negra, o TEN produziu e encomendou obras de autores como Lúcio Cardoso e Nelson Rodrigues. A antologia "Dramas para negros e prólogo para brancos", lançada em 1961, reúne nove peças que abordam a luta por ascensão social e as complexas relações inter-raciais. A iniciativa de Nascimento também se destacou por oferecer cursos de alfabetização e cultura à população negra, ampliando o alcance do teatro.

Após um período de repressão durante a ditadura militar, Nascimento se exilou nos Estados Unidos, onde se tornou uma figura central do pan-africanismo e professor na Universidade do Estado de Nova York. Ao retornar ao Brasil, fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiros (Ipeafro) e se envolveu na política, defendendo propostas de ação compensatória para a população negra. Nascimento faleceu em 2011, mas seu legado continua a influenciar as políticas afirmativas no Brasil.

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