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Morre Athol Fugard, ícone do teatro sul-africano e crítico do apartheid

Athol Fugard, dramaturgo sul africano, faleceu aos 92 anos, reconhecido por suas obras. O ministro da Cultura, Gayton McKenzie, elogiou Fugard como um contador de histórias. Fugard desafiou o apartheid com mais de 30 peças, incluindo "The Blood Knot". Seu trabalho influenciou a arte e a luta contra injustiças raciais na África do Sul. Colegas, como John Kani, expressaram tristeza e tributos nas redes sociais.

Zakes Mokae atuou ao lado de Athol Fugard em The Blood Knot (Foto: Getty Images)

Zakes Mokae atuou ao lado de Athol Fugard em The Blood Knot (Foto: Getty Images)

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Athol Fugard, falecido aos 92 anos, foi amplamente reconhecido como um dos maiores dramaturgos da África do Sul. Filho de uma mãe africâner, ele se destacou por suas peças politicamente engajadas que desafiavam o sistema racista do apartheid. O Ministro de Artes e Cultura da África do Sul, Gayton McKenzie, o homenageou como "um contador de histórias destemido que expôs as duras realidades do apartheid". McKenzie ressaltou que, apesar da maldição do apartheid, o país foi abençoado com grandes artistas que ajudaram a iluminar seu impacto.

Fugard escreveu mais de 30 peças ao longo de uma carreira de 70 anos, começando com The Blood Knot em 1961, que foi a primeira peça na África do Sul a apresentar um ator negro e um branco diante de uma audiência multirracial, antes da imposição de leis que proibiam elencos e públicos mistos. Essa obra o projetou internacionalmente, levando à confiscos de passaporte pelo regime do apartheid, mas também reforçando sua determinação em quebrar barreiras raciais.

Entre suas obras notáveis estão Boesman and Lena, que retrata as dificuldades de um casal de raça mista, e Sizwe Banzi Is Dead. Fugard também co-escreveu The Island com os atores John Kani e Winston Ntshona. Kani expressou sua tristeza pela morte do amigo em uma postagem simples no X, desejando que sua alma "descanse em paz". Reconhecido com diversos prêmios, Fugard recebeu um prêmio de realização vitalícia no Tony Awards em 2011 e foi descrito pela Time como o maior dramaturgo ativo do mundo de língua inglesa na década de 1980.

Em entrevistas, Fugard refletiu sobre o impacto do apartheid em sua vida e obra, afirmando: "O apartheid me definiu, isso é verdade... Mas estou orgulhoso do trabalho que dele surgiu." Ele expressou preocupação com a direção que a sociedade sul-africana tomou após o fim do apartheid em 1994, enfatizando a necessidade de vigilância por parte dos escritores. Em uma entrevista à BBC em 2010, ele destacou que "é uma responsabilidade que os jovens dramaturgos devem entender, assim como eu e outros escritores em anos anteriores."

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