17 de abr 2025
Teatro de Contêiner Mungunzá apresenta 'Bonitinha, mas Ordinária' com crítica social e esperança
Montagem de "Bonitinha, mas Ordinária" traz crítica social e otimismo, refletindo sobre moralidade e dignidade em tempos de crise.
Cenas de 'Bonitinha, mas Ordinária', com direção de Nelson Baskerville (Foto: Jennifer Glass/Divulgação)
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Nova montagem de “Bonitinha, mas Ordinária” traz crítica social e otimismo
A peça “Bonitinha, mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues, ganha nova roupagem em direção de Nelson Baskerville. A montagem, em cartaz no Teatro de Contêiner Mungunzá, em São Paulo, incorpora elementos contemporâneos e apresenta um final otimista, destoando de outras obras do autor.
Cenário e simbolismo refletem a realidade brasileira
As cabeças dos atores são cobertas por sacos plásticos, simbolizando as máscaras que escondem as verdadeiras faces. O chão, forrado com raspas de borracha, e o mobiliário feito de pneus remetem ao asfalto e às aglomerações de manifestantes bolsonaristas em frente a quartéis, entre 2022 e 2023. Baskerville descreve o cenário como um “deserto de pneus”, representando a aridez do pensamento.
Peça cruza Nelson Rodrigues com a “Divina Comédia”
O diretor Nelson Baskerville estabelece paralelos entre a obra de Rodrigues e a “Divina Comédia”, de Ítalo Calvino, enxergando no purgatório rodrigueano um reflexo da condição humana. A peça é descrita como um “mundo distópico, prestes a explodir”, que reproduz um “inferno cotidiano”.
Enredo explora a escolha entre moralidade e dinheiro
Na trama, Edgar recebe a proposta de casar com Maria Cecília, filha rica de seu patrão, Heitor Werneck. Dividido entre o interesse financeiro e o amor por Rita, sua vizinha, Edgar personifica o dilema entre moralidade e dinheiro, questionando se “todo mundo tem um preço”.
Final feliz e esperança em tempos sombrios
Diferentemente de outras peças de Nelson Rodrigues, “Bonitinha, mas Ordinária” apresenta um final feliz, com os protagonistas superando a cobiça. Baskerville enxerga nesse otimismo um reflexo das recentes reviravoltas no país, citando a retomada da discussão sobre a Comissão da Verdade e os julgamentos dos envolvidos na invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Diretor defende a obra de Nelson Rodrigues
Baskerville se opõe às tentativas de “cancelamento” do dramaturgo, ressaltando sua evolução ao longo do tempo e sua capacidade de desvendar a alma brasileira. Ele destaca a atualidade da obra de Rodrigues, que expõe a hipocrisia e o falso moralismo presentes na sociedade.
Serviço:
- Peça: Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária ou No Brasil Todo Mundo é Peixoto
- Onde: Teatro de Contêiner Mungunzá – Rua dos Gusmões, 43, São Paulo
- Quando: Até 18 de maio. Sextas e sábados, às 20h; domingos, às 18h.
- Preço: R$60 (inteira)
- Classificação: 18 anos.
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