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Teatro de Contêiner Mungunzá apresenta 'Bonitinha, mas Ordinária' com crítica social e esperança

Montagem de "Bonitinha, mas Ordinária" traz crítica social e otimismo, refletindo sobre moralidade e dignidade em tempos de crise.

Cenas de 'Bonitinha, mas Ordinária', com direção de Nelson Baskerville (Foto: Jennifer Glass/Divulgação)

Cenas de 'Bonitinha, mas Ordinária', com direção de Nelson Baskerville (Foto: Jennifer Glass/Divulgação)

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Nova montagem de “Bonitinha, mas Ordinária” traz crítica social e otimismo

A peça “Bonitinha, mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues, ganha nova roupagem em direção de Nelson Baskerville. A montagem, em cartaz no Teatro de Contêiner Mungunzá, em São Paulo, incorpora elementos contemporâneos e apresenta um final otimista, destoando de outras obras do autor.

Cenário e simbolismo refletem a realidade brasileira

As cabeças dos atores são cobertas por sacos plásticos, simbolizando as máscaras que escondem as verdadeiras faces. O chão, forrado com raspas de borracha, e o mobiliário feito de pneus remetem ao asfalto e às aglomerações de manifestantes bolsonaristas em frente a quartéis, entre 2022 e 2023. Baskerville descreve o cenário como um “deserto de pneus”, representando a aridez do pensamento.

Peça cruza Nelson Rodrigues com a “Divina Comédia”

O diretor Nelson Baskerville estabelece paralelos entre a obra de Rodrigues e a “Divina Comédia”, de Ítalo Calvino, enxergando no purgatório rodrigueano um reflexo da condição humana. A peça é descrita como um “mundo distópico, prestes a explodir”, que reproduz um “inferno cotidiano”.

Enredo explora a escolha entre moralidade e dinheiro

Na trama, Edgar recebe a proposta de casar com Maria Cecília, filha rica de seu patrão, Heitor Werneck. Dividido entre o interesse financeiro e o amor por Rita, sua vizinha, Edgar personifica o dilema entre moralidade e dinheiro, questionando se “todo mundo tem um preço”.

Final feliz e esperança em tempos sombrios

Diferentemente de outras peças de Nelson Rodrigues, “Bonitinha, mas Ordinária” apresenta um final feliz, com os protagonistas superando a cobiça. Baskerville enxerga nesse otimismo um reflexo das recentes reviravoltas no país, citando a retomada da discussão sobre a Comissão da Verdade e os julgamentos dos envolvidos na invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Diretor defende a obra de Nelson Rodrigues

Baskerville se opõe às tentativas de “cancelamento” do dramaturgo, ressaltando sua evolução ao longo do tempo e sua capacidade de desvendar a alma brasileira. Ele destaca a atualidade da obra de Rodrigues, que expõe a hipocrisia e o falso moralismo presentes na sociedade.

Serviço:

  • Peça: Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária ou No Brasil Todo Mundo é Peixoto
  • Onde: Teatro de Contêiner Mungunzá – Rua dos Gusmões, 43, São Paulo
  • Quando: Até 18 de maio. Sextas e sábados, às 20h; domingos, às 18h.
  • Preço: R$60 (inteira)
  • Classificação: 18 anos.
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