Tessa Hulls conquista Pulitzer com sua novela gráfica sobre traumas familiares

Tessa Hulls, autora da novela gráfica Alimentar a los fantasmas, ganhou o prêmio Pulitzer, tornando-se a segunda quadrinista a receber essa honraria. O anúncio ocorreu na última segunda-feira, enquanto Hulls trabalhava como cozinheira em Juneau, capital do Alasca.

Alimentar a los fantasmas foi reconhecida na categoria de literatura autobiográfica, a mesma que consagrou a obra Maus, de Art Spiegelman, em mil novecentos e noventa e dois. O prêmio, no valor de R$ 15 mil, surpreendeu a autora, que soube da conquista por meio de um congresista. Desde sua publicação em inglês, há um ano, a obra já acumulou diversos prêmios.

A novela gráfica, com quase quatrocentas páginas, explora a história familiar de Hulls, que investiga suas raízes na China. A narrativa inclui a vida de sua avó, Sun Yi, uma jornalista que escapou de Mao Tsé-Tung e publicou uma memória sobre seus anos sob o regime. A autora também reflete sobre a relação complexa com sua mãe, Rose, que a levou aos Estados Unidos.

Foco no Futuro

Hulls anunciou que não pretende publicar mais livros, optando por se dedicar ao jornalismo em quadrinhos. Ela deseja explorar temas como mudança climática e justiça ambiental a partir de sua base no Alasca. A artista afirmou que o Pulitzer não alterou sua decisão de se afastar da publicação de livros, enfatizando sua identidade como artista multidisciplinar.

A obra de Hulls é marcada por um estilo visual denso e uma pesquisa aprofundada sobre a história da China e suas experiências familiares. A autora espera que seu trabalho dialogue com Maus e inspire novas narrativas no campo dos quadrinhos. Enquanto isso, continua a preparar lanches para os congressistas, mantendo sua conexão com a realidade cotidiana.