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Afrodescendentes no México lutam por reconhecimento e espaço nas artes cênicas

Atriz Eréndira Castorela descobre ancestralidade africana e se une ao Mulato Teatro, promovendo a luta contra o racismo no México.

Ativista e atriz afro-mexicana Eréndira Castorela posa para uma foto com seu instrumento jarana jarocha durante uma pausa nos ensaios do Mulato Teatro, em Ticumán, México, no sábado, 17 de maio de 2025. (Foto: AP Photo/Ginnette Riquelme)

Ativista e atriz afro-mexicana Eréndira Castorela posa para uma foto com seu instrumento jarana jarocha durante uma pausa nos ensaios do Mulato Teatro, em Ticumán, México, no sábado, 17 de maio de 2025. (Foto: AP Photo/Ginnette Riquelme)

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A atriz Eréndira Castorela, após descobrir sua ancestralidade africana, uniu-se ao Mulato Teatro, uma companhia que promove artistas afro-mexicanos. A iniciativa visa combater o racismo e buscar reconhecimento cultural para a população negra no México.

Castorela, que enfrentou dificuldades em sua carreira devido a estereótipos raciais, afirmou que muitos diretores de elenco a consideravam "alta demais" ou com características "não suficientemente indígenas". Ela destacou que a falta de identificação com a comunidade afrodescendente é um reflexo da discriminação. "Nós somos uma comunidade diversa que, talvez por conta do preconceito, não se reconhece como tal", disse.

A presença de afrodescendentes no México é historicamente sub-representada. Dados de 2024 indicam que a população afrodescendente no país é de 3,1 milhões, concentrando-se principalmente nos estados de Guerrero, Morelos, Colima e Quintana Roo. A pesquisadora María Elisa Velázquez, da Escola Nacional de Antropologia e História, ressaltou que a diversidade cultural do México inclui influências africanas, além das indígenas e europeias.

Castorela, que nasceu em Morelos, começou a explorar suas raízes ao analisar álbuns de família. Ela percebeu que havia uma narrativa que ocultava suas origens. "Havia sempre alguém dizendo: 'mas havia uma pessoa loira na família'", comentou. A atriz encontrou liberdade em danças africanas, que se adequavam melhor ao seu corpo e à sua identidade.

O Mulato Teatro, fundado por Marisol Castillo e Jaime Chabaud, busca dar voz a artistas afrodescendentes e desafiar os papéis estereotipados oferecidos a eles. Castillo, que enfrentou barreiras semelhantes em sua carreira, enfatizou a necessidade de criar um espaço onde a diversidade é celebrada. As produções da companhia abordam temas variados, desde contos africanos até histórias da cultura mexicana.

A companhia também acolhe artistas amadores e performers LGBTQ+. Annya Atanasio Cadena, uma atriz trans, destacou a importância de representar a diversidade em suas obras. "Podemos mostrar que existimos e somos mais do que apenas uma história", afirmou.

O teatro se torna um espaço de reflexão e empoderamento, permitindo que artistas como Castorela e Atanasio explorem suas identidades e contribuam para uma narrativa mais inclusiva no México.

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