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Artistas com deficiência promovem inclusão de corpos não normativos nas artes cênicas

Inclusão de artistas com deficiência ganha destaque no teatro brasileiro, com inovações como audiodescrição e experiências sensoriais.

Ahmad Odeh (Foto: Reprodução)

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Inclusão no Teatro Brasileiro

O livro de Lucas Almeida Pinheiro analisa 13 grupos teatrais brasileiros que promovem a inclusão de artistas com deficiência. A obra, intitulada Teatro e artistas com deficiência visual: Poéticas do acesso à cena, será lançada em 2024 pela Editora Unicamp.

Um exemplo marcante é o Teatro Cego, que oferece uma experiência sensorial única. O público é guiado até os assentos em completa escuridão, onde sons e aromas substituem a visão. O elenco, composto por atores cegos e videntes, utiliza recursos auditivos e táteis para criar uma narrativa envolvente. Pinheiro destaca que esses espetáculos não são voltados apenas para pessoas com deficiência, mas buscam ressignificar a experiência teatral.

Recursos de Acessibilidade

A audiodescrição é uma das inovações discutidas por Pinheiro. Esse recurso permite que pessoas com deficiência visual acompanhem a peça por meio de descrições sonoras. Contudo, a infraestrutura necessária para sua implementação ainda é um desafio no Brasil. Algumas companhias, como o Coletivo Grão, integram a audiodescrição diretamente na dramaturgia, permitindo que os espectadores cegos interpretem a cena sem a intervenção de uma voz externa.

A presença de artistas com deficiência no teatro não é uma novidade. Desde o século XVIII, houve tentativas de inclusão, mas foi a partir dos anos 1960 que surgiram iniciativas mais éticas e humanistas. O movimento das artes da deficiência, que ganhou força nos anos 1980, influenciou a criação de grupos no Brasil, como o Roda Viva Companhia de Dança, que promoveu a profissionalização de dançarinos com deficiência.

Desafios e Avanços

Apesar dos avanços, a formação de artistas ainda é centrada em padrões normativos. Marcia Berselli, da Universidade Federal de Santa Maria, observa que a inclusão deve ser mais presente nos cursos de artes cênicas. O pesquisador Felipe Monteiro ressalta a importância de discutir o corpo com deficiência sem estigmatização, promovendo uma arte que não se limita a narrativas de superação.

Atualmente, iniciativas como o Grupo X de Improvisação em Dança e o projeto Mapeamento Acessa Mais buscam aumentar a visibilidade de profissionais com deficiência nas artes cênicas. O relatório em desenvolvimento já reúne quase 4 mil nomes, evidenciando a produção artística, mesmo que invisibilizada.

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