21 de jun 2025

Espírito transgressor une Lygia Clark e Yoko Ono em meio a domínio masculino
Exposições em Berlim celebram Lygia Clark e Yoko Ono, destacando a luta pela igualdade de gênero na arte e o impacto de suas trajetórias.

Óculos (1966), de Lygia Clark, exposta na Neue Nationalgalerie, em Berlim (Foto: David von Becker/Neue Nationalgalerie)
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Exposições em Berlim
As artistas Lygia Clark e Yoko Ono estão em destaque na Neue Nationalgalerie, em Berlim, com exposições que ressaltam suas trajetórias no experimentalismo dos anos 1960. Lygia ocupa um espaço de honra, refletindo um reconhecimento crescente da arte feminina.
Ambas as artistas desafiaram a ordem vigente em suas obras. Enquanto Yoko se beneficiou de um contexto democrático e da mídia, Lygia enfrentou a repressão da ditadura militar brasileira. Estatísticas do National Museum of Women in the Arts revelam que as mulheres artistas ainda enfrentam desigualdade em vendas, reconhecimento e representação.
Contexto das Exposições
A mostra "Lygia Clark: Retrospectiva" ocupa o andar térreo da galeria, com oito módulos que exploram sua evolução criativa. A exposição reúne cerca de 120 obras, incluindo mais de 20 originais de seus famosos "Bichos". Em contraste, a exposição de Yoko Ono, "Yoko Ono: Sonhar Juntos", é menor e se divide com outras mostras.
Yoko, aos 92 anos, mantém uma presença marcante na cena artística, com obras que desafiam normas sociais e políticas. Sua trajetória inclui performances icônicas, como "Cut Piece", que explora vulnerabilidade e não violência. Lygia, por outro lado, viu sua obra ser menos reconhecida durante sua vida, mas hoje é celebrada como uma das artistas mais importantes do século 20.
Comparações e Contrastes
As obras de Lygia e Yoko, embora distintas, compartilham a ênfase no corpo e na participação do público. Ambas as artistas criaram experiências que exigem interação, como "Bag Piece" de Yoko e "Túnel" de Lygia. Essas obras revelam a importância do corpo na arte e a necessidade de ativação pelo público.
As trajetórias de Lygia e Yoko também refletem desigualdades geopolíticas. Enquanto Yoko se destacou em um ambiente favorável, Lygia foi forçada a redirecionar sua arte para o interior, culminando em uma prática terapêutica. Essas exposições em Berlim não apenas celebram suas contribuições, mas também destacam as lutas contínuas pela igualdade de gênero na arte.
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