Dinho Ouro Preto e a juventude eterna: reflexões sobre etarismo e rock

Recentemente, os modelitos de Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, ganharam destaque nas redes sociais após uma postagem do jornalista Andrey Raychtock no X. Ele compartilhou uma foto de Dinho usando uma camisa roxa de cetim durante a gravação do disco ao vivo Acústico MTV, em 2000, provocando reações diversas. Enquanto alguns internautas elogiaram a peça, Dinho, em tom de brincadeira, gravou um vídeo pedindo informações sobre a camisa, que não está mais em sua posse. Apesar do tempo, o cantor, que completará 61 anos em abril, mantém o mesmo peso e estilo roqueiro extravagante, embora tenha adotado hábitos saudáveis nos últimos anos.

O jornalista Otávio Zonatto dedicou sua dissertação de mestrado à figura de Dinho, intitulada O adolescente mais velho do Brasil, onde analisa a juventude eterna do cantor e as implicações do etarismo em sua imagem pública. Zonatto argumenta que Dinho enfrenta preconceitos tanto por sua aparência jovial quanto por sinais de envelhecimento, refletindo uma cobrança social sobre como homens e mulheres devem se comportar em relação à idade. A pesquisa foi realizada no Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade da UFMG, onde o foco é a análise de celebridades.

Dinho, que já passou por diversas fases em sua carreira, incluindo um retorno ao Capital Inicial após um período de excessos, expressa que a percepção de sua idade é moldada pelo seu comportamento e estilo de vida. Ele observa que, em um mundo saturado de padrões de beleza e juventude, é criticado tanto por tentar parecer jovem quanto por aceitar o envelhecimento. O cantor também se mostra ciente de que a audiência do Capital Inicial é predominantemente composta por pessoas entre 35 e 44 anos, desafiando a ideia de que sua música é apenas para os jovens.

Além de sua carreira musical, Dinho tem se aventurado em leituras sobre a história da humanidade, buscando compreender a essência da vida. Recentemente, ele se interessou por obras clássicas, como a Ilíada e o Épico de Gilgamés. Em uma interação com Zonatto, o cantor demonstrou interesse pela dissertação do jornalista e o convidou para um show do Capital Inicial, evidenciando uma conexão entre a arte e a academia.