Othon Bastos recusa biografia e compartilha memórias em palcos lotados

O ator baiano Othon Bastos, aos 91 anos, tem se apresentado em plateias lotadas desde junho, compartilhando fragmentos de sua rica trajetória artística. Com uma carreira que abrange sete décadas no cinema e no teatro, ele se recusa a escrever uma biografia, afirmando que isso "eterniza uma situação que só fez sentido na emoção daquele momento".

Bastos argumenta que, com o passar do tempo, os significados das experiências mudam e as publicações se tornam ultrapassadas. Ele destaca que a essência de suas vivências está ligada ao contexto emocional em que ocorreram, o que torna a ideia de um registro escrito menos atrativa. "Deus me livre, sou contra essa conversa de livro", diz o ator.

As apresentações têm atraído um público fiel, que valoriza a oportunidade de ouvir histórias e reflexões do artista. A conexão com a plateia é um dos pontos altos de suas performances, onde ele revela detalhes de sua vida e carreira, sem a intenção de deixar um legado escrito.

Othon Bastos continua a ser uma figura emblemática na cultura brasileira, desafiando a ideia de que a biografia é a única forma de preservar a memória de um artista. Sua postura reflete uma visão única sobre a passagem do tempo e a importância das emoções vividas.