Influenciadores se sentem aprisionados pelas expectativas de seus seguidores

O conceito de influenciador digital ganhou destaque com a ascensão das redes sociais, transformando a dinâmica de interação na sociedade. O sociólogo Renato Ortiz, em seu novo ensaio "Influência", analisa essa figura e suas implicações.

Ortiz, professor titular da Unicamp, argumenta que os influenciadores são prisioneiros da digitalidade, dependentes de seguidores e limitados a nichos específicos. Em sua obra, ele contrasta influenciadores com intelectuais e celebridades, destacando a efemeridade da influência digital.

A análise revela que, apesar da ambição dos influenciadores de moldar o destino humano, a realidade é menos grandiosa. A influência digital exige um esforço constante para manter laços com os seguidores, sob pena de serem rapidamente esquecidos.

A Natureza da Comunidade Digital

A internet, segundo Ortiz, não cria laços duradouros como instituições tradicionais, como religiões ou partidos políticos. Ele afirma que a ideia de comunidade digital é instável e precisa ser constantemente reconstituída, pois carece de uma memória coletiva.

O sociólogo enfatiza que a interação nas redes sociais é marcada por desencontros, o que torna a construção de relacionamentos um desafio contínuo. Essa reflexão sobre a natureza efêmera da influência digital convida a uma reavaliação do papel dos influenciadores na sociedade contemporânea.