Indústria e comércio do audiovisual: a importância da comercialização para o sucesso dos filmes

Em 1946, um jovem deputado federal da Paraíba chegou ao Rio de Janeiro para contribuir na redação da nova constituição. Durante sua estadia, ele teve uma experiência marcante em um bar famoso, onde um pesquisador da McCann Erickson apresentou uma nova bebida: Coca-Cola. O deputado, ao experimentar o refrigerante, não gostou do sabor, comparando-o a detergente, mas o pesquisador previu que a bebida se tornaria um sucesso entre as futuras gerações.

Anos depois, o relato do pai do autor fez com que ele refletisse sobre a indústria do audiovisual. Assim como a Coca-Cola, os filmes de Hollywood dominam o mercado, com grandes distribuidoras investindo massivamente em marketing, muitas vezes gastando o dobro do que foi investido na produção. Essa estratégia garante que os filmes ocupem a maior parte das telas, mesmo em países que tentam proteger suas produções locais.

No Brasil, a situação é semelhante, com a cinematografia nacional enfrentando dificuldades para competir com os filmes americanos. O autor destaca que, para se destacar em plataformas de streaming, é necessário um investimento significativo em comercialização, caso contrário, os títulos podem passar despercebidos. A falta de regulamentação e a ausência de reservas de mercado tornam o domínio do mercado ainda mais fácil para as produções estrangeiras.

Por fim, o autor menciona a importância da comercialização no sucesso de um filme, citando o exemplo de "Ainda estamos aqui", que, junto com "Auto da Compadecida 2", se destacou no mercado brasileiro. A campanha de marketing para o segundo filme começou 20 meses antes do lançamento, evidenciando que um bom planejamento comercial é crucial para o reconhecimento e sucesso internacional de produções audiovisuais.