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Quatro Paredes: documentário de Shiori Itô revela dor e resistência em busca de justiça

Shiori Itô concorre ao Oscar 2025 com "Quatro Paredes", documentário pessoal. O filme aborda seu estupro em 2015 e a litigação contra Noriyuki Yamaguchi. Estreia em 10 de março nas plataformas digitais brasileiras, com forte impacto emocional. Itô evita sensacionalismo, buscando equilíbrio entre dor e realidade do abuso. "Quatro Paredes" revela a luta por justiça, mantendo a dignidade da vítima.

Cena de Quatro Paredes (Foto: Reprodução)

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No terceiro ato de Quatro Paredes, documentário que concorre ao Oscar 2025, a diretora Shiori Itô revela que transformar o estupro que sofreu em 2015 em uma narrativa, primeiro literária e depois cinematográfica, foi uma estratégia de sobrevivência. O longa, com duração de 1h40, retrata mais de quatro anos de litígios contra seu agressor, o jornalista Noriyuki Yamaguchi. Itô expressa vulnerabilidade em algumas cenas, refletindo sobre como assumir a autoria de sua história ajudou a despersonalizar a experiência traumática. A frase “Não tenho me olhado no espelho” ressoa em momentos de introspecção.

O documentário se destaca pelo rigor e pelas restrições que Itô impõe a si mesma, equilibrando sua função como repórter e ativista social. Ele navega pela burocracia de processos judiciais sem sobrecarregar o espectador com dados excessivos, ao mesmo tempo em que revela a dor emocional que motiva a busca por justiça. Itô evita a exploração sensacionalista do sofrimento, confiando na capacidade do público de se revoltar diante das injustiças apresentadas.

Diferente de muitas narrativas de abuso pós-#MeToo, Quatro Paredes não se baseia em descrições clínicas ou biografias exaustivas. Itô utiliza evidências, como gravações de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas, com parcimônia. O filme busca expor a dor de abrir intimidades em público, refletindo a relutância da diretora em revisitar suas experiências traumáticas. A tensão entre despersonalização e a crueza do crime é central na narrativa.

O documentário alcança um equilíbrio raro, sendo elegante sem ser excessivamente estoico, e rigoroso sem perder a humanidade. Itô se apresenta com dignidade, insistindo que sua história seja vista sob uma perspectiva humana. Quatro Paredes estreia em 10 de março nas plataformas digitais brasileiras e recebeu a nota Excelente da crítica.

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