Gérard Depardieu e Patrick Dewaere em 'Os rompepelotas' (1974). (Foto: Sunset Boulevard)

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Cultura francesa é marcada por polêmicas sobre misoginia e liberdade sexual no cinema - Cultura francesa é marcada por polêmicas sobre misoginia e liberdade sexual no cinema

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O debate sobre liberdade de expressão e o movimento #MeToo continua a polarizar a França. Recentemente, o ator Gérard Depardieu foi condenado a dezoito meses de prisão após um longo julgamento. Durante o processo, ele recebeu apoio público de diversas figuras do cinema, incluindo Victoria Abril e Carla Bruni. Por outro lado, a atriz Anouk Grinberg, que protestou em sua audiência, lançou um livro revelando abusos que sofreu ao longo da vida.

Em 2018, um manifesto assinado por cem mulheres da cultura, incluindo Catherine Deneuve, criticou o movimento #MeToo, defendendo a "liberdade de importunar". Este manifesto gerou controvérsias, especialmente após a premiação de Roman Polanski com o César de Melhor Diretor, que provocou protestos, como o de Adèle Haenel, que deixou a cerimônia gritando "Vergonha!".

Revelações de Grinberg

Anouk Grinberg, expulsa do tribunal durante o julgamento de Depardieu, publicou o livro "Respect", onde narra experiências de abuso sexual desde a infância. Ela menciona também sua relação com o diretor Bertrand Blier, que faleceu em janeiro de 2023. Grinberg revelou que foi forçada a aceitar um papel em um filme sob a influência de tranquilizantes.

Esses eventos trouxeram à tona a discussão sobre o filme "Les Valseuses", de 1974, dirigido por Blier. O filme, que foi um grande sucesso de bilheteira, é agora criticado por sua representação misógina. A obra, que retrata a vida de dois criminosos que assediam mulheres, é vista como um reflexo da cultura de violação da época.

Impacto Cultural

A recepção de "Les Valseuses" foi polarizada. Enquanto alguns críticos a consideraram vulgar, outros a defenderam por seu humor e "calor humano". O filme, que se tornou um marco na história do cinema francês, levanta questões sobre a representação feminina e a misoginia no cinema.

Com a morte de Blier, o debate sobre a exibição de suas obras se intensificou. Miou-Miou, que atuou em "Les Valseuses", defendeu o filme, mas também mencionou os métodos "humilhantes" que sofreu durante as filmagens. A professora Geneviève Sellier, especialista em estudos de gênero, descreveu a obra como uma "apologia do masculinismo".

Esses acontecimentos refletem uma mudança nas normas sociais e culturais, onde questões que antes eram silenciadas agora ganham voz e visibilidade.

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