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Taxas de regravação disparam e artistas independentes enfrentam dificuldades na MPB

Artistas independentes enfrentam dificuldades crescentes para regravar clássicos da MPB devido ao aumento exorbitante das taxas de liberação.

— Foto: Caio Martinelli/Valor

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Artistas independentes no Brasil enfrentam um desafio crescente devido ao aumento das taxas de liberação de canções para regravação. As editoras musicais, que representam os autores, têm cobrado valores exorbitantes, levando muitos intérpretes a reconsiderar suas escolhas. Antes, as taxas variavam entre R$ 800 e R$ 1.200, mas agora podem chegar a R$ 20 mil por uma única canção, o que tem desestimulado a regravação de clássicos da música popular brasileira (MPB).

Carlos Mills, ex-presidente da Associação Brasileira de Músicos Independentes, critica a situação, afirmando que o Brasil se tornou uma "terra de ninguém" em relação aos direitos autorais. Ele menciona que, até os anos 2000, as taxas eram muito mais acessíveis, variando entre R$ 200 e R$ 250. Por outro lado, Juca Novaes, advogado especializado em direitos autorais, defende que os compositores têm o direito de estipular o valor de suas obras, mas alerta para a necessidade de razoabilidade nas cobranças.

Felippe Llerena, presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), destaca que a situação afeta a diversidade cultural, pois apenas artistas da elite musical conseguem arcar com essas taxas. Ele compara a realidade brasileira com a dos Estados Unidos, onde a liberação de músicas é mais simples e menos onerosa. Zé Pedro, DJ e produtor, também expressa preocupação, afirmando que as altas taxas podem levar à perda de relevância dos compositores, já que muitos deles não serão mais gravados.

A situação se agrava com a diminuição da receita proveniente das plataformas de streaming, que pagam valores baixos aos artistas. Paula Lavigne, empresária de Caetano Veloso, menciona que a cobrança das taxas se tornou uma fonte importante de receita para compensar as perdas com o streaming. A falta de opções para regravações pode, paradoxalmente, abrir espaço para novos compositores, que já estão criando material fresco e relevante, enquanto os artistas independentes buscam alternativas para viabilizar seus projetos.

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