Jup do Bairro lança novidades de 'corpo sem juízo' após prêmio com Maria Alcina

Por estes dias, Jup do Bairro, artista trans da periferia paulistana, vive um momento intenso e produtivo. Na semana passada, ela conquistou o Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira na categoria de melhor lançamento de funk com a música “Amor de Carnaval”, em colaboração com Maria Alcina e o grupo Pagode da 27.

Além disso, Jup participa de um tributo a Claudia Wonder, ícone da cultura LGBTQIA+ em São Paulo, e está em cartaz com a peça “7 Gatinhos”, de Nelson Rodrigues. A artista também se prepara para lançar seu álbum de estreia, “Juízo Final”, que promete consolidar sua trajetória musical iniciada há seis anos.

“Amor de Carnaval” é uma reflexão sobre os amores efêmeros do Carnaval, inspirada em experiências pessoais. Jup destaca a importância de sua parceria com Alcina, uma referência em sua carreira. A conexão entre elas surgiu durante uma entrevista que Jup fez para o programa “TransMissão”, onde Alcina a reconheceu como uma "filha".

Tributo a Claudia Wonder

O tributo a Claudia Wonder, que acontece nesta quinta-feira, 23 de novembro, no Sesc Pompeia, celebra os 70 anos do nascimento da artista. Jup, junto a outros artistas trans e não binários, homenageia uma figura que, segundo ela, representa a vanguarda e a diversidade na arte. Jup ressalta que Claudia usou seu corpo como ferramenta de expressão, criando a partir de sua vivência.

A participação de Jup em “7 Gatinhos” surgiu após um convite de uma atriz durante uma conversa em um bar. Sua personagem, uma personificação da gata e da casa, traz uma nova dimensão à narrativa da peça, que está em cartaz até 23 de julho.

Preparativos para o Álbum

O aguardado álbum “Juízo Final” contará com 15 faixas e é visto por Jup como uma forma de amarrar conceitos explorados em seus EPs anteriores. Ela menciona colaborações com produtores como Vinex, Apeles e CyberKills, e destaca a importância de sua identidade na música.

Jup do Bairro busca não apenas ser uma pioneira, mas também garantir que sua representatividade inspire outros. “Não quero ser a última”, afirma, enfatizando que sua música transcende rótulos e busca uma conexão mais ampla com o público.