22 de abr 2025
Desigualdades alarmantes na infância brasileira revelam desafios na saúde e educação
Desigualdades na infância no Brasil são alarmantes, com altas taxas de mortalidade e baixa cobertura vacinal, exigindo políticas urgentes e integradas.
Foto:Reprodução
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Desigualdade na infância expõe “loteria da vida” no Brasil
Um estudo divulgado em meados de março de 2024 revela disparidades alarmantes no acesso a serviços essenciais para crianças e adolescentes no Brasil. A segunda edição do livro “A Primeira Infância e os Tribunais de Contas: Desigualdades” aponta que o desenvolvimento infantil é fortemente influenciado pela origem familiar e pela região de nascimento, configurando uma “loteria da vida”.
Indicadores de saúde revelam disparidades regionais
A pesquisa demonstra desigualdades gritantes na saúde infantil. Santa Catarina e o Distrito Federal apresentam as menores taxas de mortalidade infantil, com 11,5 e 12,1 óbitos a cada mil nascidos vivos, respectivamente. Em contrapartida, Roraima e o Amapá registram taxas mais do que o dobro, com 23,6 e 21,9 óbitos a cada mil nascidos vivos.
Cobertura vacinal e risco de reintrodução da poliomielite
A baixa cobertura vacinal contra a poliomielite também preocupa. Em 2022, a taxa nacional foi de apenas 78%, um número considerado “extremamente” baixo. O estado com a menor cobertura é o Amapá, com 59%, seguido pelo Acre, com 60,2%. Especialistas alertam para o risco de reintrodução da doença, como já ocorreu em Israel.
Acesso à creche e o impacto do racismo
O acesso à creche também é desigual, com os maiores índices de crianças fora da escola concentrados nas regiões Norte e Nordeste. Acre (48%), Roraima (38%), Pará (35%) e Piauí (33%) lideram o ranking. Além disso, o estudo evidencia o impacto do racismo, com 64,3% dos bebês com baixo peso sendo pretos, pardos ou indígenas.
Mortalidade materna e a desigualdade racial
A desigualdade racial também se manifesta na mortalidade materna. Mulheres pretas e pardas respondem por 65% das mortes maternas no país, aquelas que ocorrem durante a gestação ou nos 42 dias após o parto. A pesquisa aponta que a desigualdade é resultado de políticas econômicas que priorizam o egoísmo e a competição.
PNIPI e a esperança de mudança
A implementação da Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (PNIPI) é vista como uma oportunidade para reverter esse cenário. A intersetorialidade é considerada fundamental para superar a visão fragmentada e desarticulada que tem prevalecido até então.
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