02 de jul 2025
Estímulo elétrico pode melhorar desempenho em matemática, aponta estudo recente
Estudo revela que estimulação elétrica leve no cérebro pode aumentar desempenho em matemática, mas levanta questões sobre acesso e ética.

Números escritos por professor em lousa em escola da zona leste de São Paulo durante aula de matemática (Foto: Lalo de Almeida - 28.nov.2018/Folhapress)
Ouvir a notícia:
Estímulo elétrico pode melhorar desempenho em matemática, aponta estudo recente
Ouvir a notícia
Estímulo elétrico pode melhorar desempenho em matemática, aponta estudo recente - Estímulo elétrico pode melhorar desempenho em matemática, aponta estudo recente
Você tem dificuldades em matemática? Um estudo recente sugere que a estimulação elétrica leve no cérebro pode ser a solução. Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram que essa técnica pode aumentar as pontuações de alunos com dificuldades em até 29%. O estudo foi publicado na revista PLOS Biology nesta terça-feira (1º).
A pesquisa, liderada pelo neurocientista Roi Kadosh, envolveu 72 alunos que tiveram seus cérebros escaneados para avaliar a conectividade entre regiões cerebrais essenciais para o aprendizado. Os participantes resolveram problemas matemáticos que exigiam tanto cálculos quanto memorização de soluções. Os resultados mostraram que conexões mais fortes entre o córtex pré-frontal dorsolateral e o córtex parietal posterior estavam associadas a um desempenho superior.
Quando os pesquisadores aplicaram a estimulação transcraniana por ruído aleatório, os alunos com baixo rendimento apresentaram um aumento significativo nas pontuações. Essa técnica potencializa a excitabilidade neuronal e interage com o neurotransmissor GABA, que regula a atividade cerebral. Assim, os alunos com dificuldades conseguiram alcançar resultados semelhantes aos de seus colegas com melhor conectividade cerebral.
Questões Éticas
Apesar dos avanços, Kadosh expressou preocupações éticas sobre o acesso a essa tecnologia. Ele alertou que, se a estimulação cerebral se tornar disponível apenas para aqueles com recursos financeiros, as desigualdades educacionais podem se acentuar. O neurocientista enfatizou que o objetivo é ajudar todos os alunos a atingirem seu potencial máximo, criando oportunidades que, de outra forma, estariam fora de alcance.
A pesquisa abre novas possibilidades para o tratamento de dificuldades de aprendizado, mas também destaca a necessidade de um debate sobre a disponibilidade e a ética no uso dessas tecnologias.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.